quarta-feira, 8 de setembro de 2010

10 dias e 10 noites.




8 dias sem postar nada no blog. Provavelmente vou omitir algumas coisas que aconteceram, mas a essência vai ser mantida. A falta de tempo e o cansaço são as principais razões da minha ausência.
O que importa é que, depois de 10 dias em Paris (mais especificamente, em Chatenay-Malabry, ao sul), eu já me sinto em casa. Agora sim uma cidade grande e caótica.

De novidades gerais, antes de falar sobre cada dia, destaco:

- Vou para a Oktoberfest, em Munich, dia 23 de Setembro, e volto dia 26. O que era sonho agora é realidade, e já tá pago. Vou de trem até Strasbourg, na fronteira com a Alemanha, e vou pegar um carro, que já tá alugado. É um Zafira, de 5+2 lugares. Dirigir nas autobans, aqueles estradas sem limite de velocidade, é um sonho. Antes que os familiares digam algo, já estou ciente que é necessário não beber pra fazer isso. Relaxem! É realmente fantástica a idéia de fazer as coisas que eu passei a vida toda vendo na midia. Que venha a Oktober!

- Vou amanhã, quinta-feira, para sabe-se lá onde. É o WEI (Weekend d'integration, o que dispensa traduções), que é um fim de semana com todos os alunos da École em alguma cidade, que é surpresa. Eles só dizem dentro do ônibus. Como eu sou um cara comunicativo e os veteranos franceses do meu andar ajudam a organizar, já me disseram o nome do lugar, mas esqueci. Só sei que fica no sul!

- Descobri que, entre as milhares (milhões?!) de coisas legais da école, que tem de tudo um pouco, eles tem equipamentos de mixagem decentes, e o clube da música eletrônica consegue verba pra comprar os equipamentos de produção. Será que esse live sai?

- Paris é muito linda. Em dez dias, conheci várias coisas, e percebo à cada dia que existem infinitas outras para conhecer. Fora que a cidade não para nunca. É incrível.

- O prestígio da ECP aqui é incrível. Não vou entrar em detalhes por enquanto, até porque não quero que soe como arrogância, mas estou bem de universidade.

Segue agora um resumo do meu dia-a-dia na última semana:

Na quarta-feira passada (uma semana atrás!), matei as aulas de francês durante o dia (o que, segundo pessoas que foram, foi uma boa decisão) e aguardei até o fim da tarde, quando fomos ao Champs de Mars, o parque em frente à Torre Eiffel.
Tirei infinitas fotos, fizemos um pique-nique com todos os estudantes estrangeiros da ECP e, no fim, fiquei quando os outros forão embora, e fui com italianos, espanhois e brasileiros para um "bar" em Saint-Michel, bairro bem localizado de Paris, que conta com inúmeros bares e abriga a catedral de Notre-Drame. Voltei e experimentei da famosa caminhada da estação (que pode ser a de Antony, ou de Croix-Berny) até a école.



Na quinta, acordei com batidas na porta. Tinha combinado de ir fazer compras no Auchan (um super-hiper-ultra-mega mercado) às 08:00. Palavra é palavra!
Comprei várias coisas necessárias pra sobreviver e economizar, como comida, produtos de limpeza, vinho, etc..
Na volta, passei na Decathlon, uma loja de materiais esportivos gigante e bizarramente barata. Se eu não me engano, tem no brasil. Comprei uma raquete de tênis de 10 euros e algumas bolinhas. Quando cheguei na école, joguei algumas horas de tênis, capotei, e acabei perdendo o jantar. Nesse meio tempo, resolvi usar a máquina de raspar o cabelo que eu comprei (já que cortar o cabelo aqui é caríssimo, e eu não fico mal com cabelo curto). O detalhe é que eu não pedi ajuda, e tentei fazer sozinho. No fim das contas, a única solução era raspar no zero. Era tão previsível que isso ia acontecer, que eu vou me abster de comentar sobre o assunto. Sorte que meu cabelo cresce muito rápido, e hoje já está "normal".
À noite, acordei apressado, bebi vinho com alguns brasileiros, fui para o andar de uns amigos aqui na residência fazer um apéro (pré-party em francês) e finalmente fui à MIX, uma boate de estrutura excelente em Montparnasse, que é gratuita para estrangeiros até meia-noite. A maior parte dos presentes era da école, mas foi bem legal. Imagino que, mais na frente, lote bastante, como muita gente já me disse. Voltei de ônibus. Essa é a maior vantagem do primeiro mundo: Segurança!

Na sexta, acordei bem tarde, e perdi o almoço. Nessas duas primeiras semanas de "férias" (minhas aulas começam segunda), tenho sido bem irresponsável, mas é justo.
Pela tarde, fui à Paris com uma guia do BdA (Bureau des Arts, que é a associação da école responsável por artes. Não é minha praia, mas é respeitável).
Fomos ao Pompidou, que é o museu de arte moderna, e acabamos não entrando, pois estavamos atrasados. Rolou uma "gincana", onde tinhamos que trocar uma laranja por qualquer coisa. Tentei trocar por um desenho e por um cachorro, mas nada feito. kkk
Em seguida, fomos à Saint-Michel, onde conheci a Notre-Dame, vi uma apresentação de uma fanfare (uma banda daquelas com instrumentos de sopro de metal) e fomos ao Louvre.
Chegando lá, não entramos, pois pensavamos que era pago (agora eu descobri que, para estudantes da ECP, quase nenhum ponto turístico é), e já era fim de tarde, mas vou reservar alguns dias inteiros para isso.




Fomos então (eu, os brasileiros, os chilenos e os austriacos) para o arco do triunfo, passando por vários parques e jardins. Eu já tinha ouvido falar que Paris era fantástica, mas não tinha noção do tanto. A cidade é FODA!
Passei em algumas lojas na Champs-Élysées, principal (ou não) avenida da cidade, e eis que vejo ninguém mais ninguém menos do que o excelentíssimo senhor presidente da França, Nicolas Sarkozy, passando no seu carro (pararam o trânsito para isso). Coincidência estranha!
Entre as várias lojas que eu entrei, a que me impressionou mais foi a Virgin. Se duvidar, era maior até do que a de Orlando, que eu já tinha ido. Na sessão de cd's brasileiros, tinham coisas raras de encontrar até no Brasil. Muito bom! Fiquei louco para comprar um álbum de fotos da família Corleone. Adoro "The Godfather".
Chegando no arco do triunfo, não pude subir, pois havia esquecido o passaporte, o que me impediria de entrar gratuitamente.
Voltei para casa, tomei umas cervejas e conversei um tempo com o pessoal do meu andar (que, por sinal, me aparenta cada vez mais ser muito gente boa) e dormi.




No sábado, acordei excessivamente tarde, cozinhei (lentilha e carne de porco, enlatados, obviamente) e não fiz nada de útil o dia inteiro.
Pela noite, fui com todos os estrangeiros para um jantar no Flames, um restaurante que tem um rodizio (bem fracassado, por sinal) de pizzas finas. Não gostei muito, mas de graça, até injeção na testa.
Depois de lá, dei uma volta com o pessoal, passei no Champs de Mars, pois era aniversário de um brasileiro que se formou na ECP agora, e voltei para casa.

No domingo, acordei, para variar, bem tarde, e não fiz nada de realmente útil o dia inteiro. Para ser sincero, pode até ser que tenha feito, mas não lembro. Os franceses do primeiro ano chegaram nesse dia.
Feliz um ano de namoro para mim e para a Lana. Foram tempos muito felizes, mas não mais do que serão daqui para a frente.
À noite, aconteceu a festa de recepção deles.
Era véspera do meu aniversário, e me deixava um pouco triste não ter meus amigos e minha família para comemorar. Eis que o mundo conspirou à favor, e foi muito bom.
Quando sai do meu quarto, as pessoas do meu andar estavam na "salinha", lugar onde se bebe, se conversa, se ouve música, se come.. enfim, onde as coisas acontecem.
Cantaram até parabéns, me embreagaram de N bebidas diferentes e conheci muita gente legal, que eu ainda não tinha visto. Foi realmente legal.
Desci para a festa, falei besteiras para quem quisesse ouvi, e me diverti fazendo barulho pelo bloco na volta com os franceses. Molecagem que não é bem vista fora de datas como essa, mas que valeu a pena.

Nessa noite, descobri que cai no andar do clube da música eletrônica. Outra coincidência estranha, mas bem legal. Tenho voltado a produzir, e descobri que os caras manjam alguma coisa. Quem sabe não sai um live, né? Pelo que eu tenho visto, os equipamentos por aqui não são tão caros.
Ainda esses dias sai "black dog", uma track que eu tenho feito faz alguns dias.

Na segunda, acordei destruido e não fiz nada de útil durante o dia.
À noite, fui com a Nattasha (a outra cearense que chegou esse ano), um austriaco e um espanhol para o Quick. Pena que eu escolhi o Quick errado, e nós andamos mais de 2km, com direito à chuva.
Na volta, vi por alguns minutos a banda que tocava na Neb, o abençoado bar da faculdade, que vende a cerveja "demi" (que significa "meio", ou 250ml, em termos de cerveja) por 1 euro, e voltei para o quarto.

Na terça, ontem, acordei tarde, almocei sozinho e fui fazer o teste de francês, para saber o nível da turma em que vou ficar. Isso mesmo, mesmo depois de 2 meses de curso intensivo, tenho aula de francês. Foda!
Passei a tarde toda produzindo a "black dog", que tá com uma pegada bem Goa. Quem não entender de música eletrônica não deve ter a minima noção do que seja isso, mas acreditem, tá ficando legal.
Esqueci de jantar, desci para tomar umas cervejas na Neb e voltei cedo para casa.

Hoje, quarta, resolvi burocracias da école, produzi um pouco, fui fazer compras em Anthony e aqui estou agora.
Na volta de Anthony, cortei caminho pelo cemitério. Eu sou bem cético, e convicto do meu agnosticismo, mas é sempre uma sensação engraçada. kkk

Já viajo amanhã para o WEI, e vou passar o dia resolvendo coisas.

A frequência das postagens vai aumentar novamente.
Meus últimos dias foram bem corridos, como se pode ver se você chegou até o fim do texto, e nos momentos livres que eu tive, não tive paciência de escrever.

Que venham os dois anos e meio de cidade-luz! Agora estou no meu lugar. :)

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Toda pessoa tem uma pão-durisse para alguma coisa, por exemplo: eu tenho um amigo que o seu carro sempre está com o tanque de gasolina na reserva porque ele morre de pena de abastecer, outro com roupa, outro com comida, enfim, definitivamente, a sua é cortar o cabelo.
    Paris toujours Paris!!

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  3. curti o corte de cabelo, amigo! ehoaiheaoi ;**

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