quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Oktoberfest, ai vamos nós!



Essa foto acima é dos alunos do primeiro ano da école. Legal, né?

Mais uma vez sem postar por uma semana.
Meus dias aqui são muito corridos, e vai continuar assim por mais tempo do que eu esperava.

Devido à greve generalizada para impedir o aumento em dois anos da idade de aposentadoria, partirei hoje, quarta-feira, para Paris, onde dormirei e aguardarei a hora de pegar o trem, pela manhã.
Aqui é normal esse tipo de greve, e eu até admiro a iniciativa dos trabalhadores.
O foda é que, de quebra, anunciaram a lei que proibia a burca, e os mulçumanos enlouqueceram. A ameaça de atentado terrorista é constante, e eu voto que a Techno Parade, no sábado, é um ótimo lugar alvo.
Sinceramente, eu não quero estar desrespeitando ninguém, mas os imigrantes islâmicos são responsáveis por todos os crimes da cidade, é estatística, além de arrumarem confusão com todo mundo no meio da rua. Na Alemanha é do mesmo jeito. Depois não entendem as leis que tentam expulsá-los. Lamentável!

Não vou fazer uma descrição detalhada dos últimos dias, porque nesse momento estou meio apressado para organizar minhas coisas para a Oktoberfest.
Enfim, a cidade luz tem me iluminado cada dia mais. Acabou aquela melancolia patética que me perseguia em Vichy. Voltei a ser eu mesmo. Agora eu estudo o que gosto, moro com pessoas legais e moro em uma cidade gigantesca, que me propociona o que eu quero na hora que eu quero.
Deixo abaixo alguns pontos fortes dos últimos dias.

- Na quinta-feira passada, comprei um celular barato, daqueles de 25 euros, para substituir o meu, enquanto não resolvo seu problema (que vai custar 145 euros). Meu número é o mesmo: 06 72 97 32 10. O código da França é 33. De quebra, comprei um telefone fixo também. Tem que ligar para 01 46 83 70 00, e digitar 22014 quando a gravação começar.

- Ainda na quinta, sai à noite, e foi bem legal. Comecei a me acostumar com a vida noturna de Paris. É bem diferente de Fortaleza, mas é bem dinâmica também.

- Na sexta-feira, passei o dia resolvendo coisas e tendo aulas. No fim das contas, fiquei em casa conversando com o pessoal. Estava realmente cansado do dia anterior.
Fui no Ofício de Imigração resolver um problema, e almocei em um restaurante chinês, que saiu realmente em conta. Paguei 10 euros para comer à vontade. Estava com saudade desse esquema de rodízio. kkk

- De sexta para sábado, tive uma dor de ouvido insuportável, que me rendeu algumas horas acordado. Ainda bem que ela se foi da mesma forma repentina com que veio.

- No sábado, almocei no KFC e fui à Pigalle, um bairro de Paris que tem váárias lojas de música, e comprei meu ampificador, cordas para a guitarra e um cabo. Já não era mais tempo! Três meses sem tocar guitarra foram uma tortura. Passei o resto do dia tocando, quando cheguei.

- Ainda no sábado, fui com o Fetter e o Acahuã para Paris. No inicio, a idéia era ir para um bar australiano com os franceses do meu andar, mas encontramos amigos ingleses, alemães, austriacos, espanhóis e italianos indo para uma festinha em um barco, no Sena. Acabamos indo, e foi bem legal.

- No domingo, acordei na hora do churrasco do Clube Brasil, aqui na école. Rolou a cerimônia de "parrainage", onde cada novato tem um padrinho veterano, e descobri que minha madrinha é a Juliana, que é do mesmo andar que eu. Foi justo, partindo do principio que todo dia ela me quebra um galho diferente aqui. kkk
Foi realmente muito bom comer carne de verdade, comer pão-de-alho e beber cerveja gelada. Nota 10 pra iniciativa dos nossos veteranos.
Passei o resto do dia tocando guitarra.

- Na segunda, aulas e problemas o dia todo. Tudo na França é burocrático. Isso realmente me lembra o Brasil. Lavei roupa pela primeira vez em Paris, e garanto que eu detesto fazer isso com todas as minhas forças. À noite, fui à NEB, bar da faculdade, tomar umas cervejas e discutir as coisas da viagem.

- Na terça, ontem, mais aulas, mais problemas (acredite, os primeiros dias aqui envolvem muitas coisas à se resolver) e muito tempo tocando guitarra. Já estou com 80% da forma. Tirei "ACDC - Highway to Hell", à pedidos, lembrei como tocar algumas músicas e recomecei a aprender "Yngwie Malmsteen - Arpeggios from Hell". Rolou à noite a última (e única séria) reunião da galera que vai para a Oktober. Resolvemos tudo, voltei pro quarto, e dormi.

- Hoje, quarta, só tenho resolvido coisas para a viagem. Nesse exato momento, estou arrumando minhas coisas.

Enfim, é isso.
Desejem boa sorte pra mim em Munich!
Volto à postar segunda-feira, caso vivo e disposto.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dia-a-dia tenso/intenso!

(Segundo post consecutivo sem fotos. Quanto menos turista eu me torno, mais raro se torna eu ter a paciência de levar a câmera para todo lugar).

Ontem à noite, quarta-feira, pedi pizza e fiz algumas obrigações. O Domino's pizza, que infelizmente não existe mais em Fortaleza, entrega na porta do quarto, e sai bem barato.

Acordei muito cedo hoje, quinta-feira, visando entregar os dossiês de dispensa de disciplina aqui na école.
Como tudo na França, houve mais burocracia do que eu imaginava, e passei minha manhã alternando entre uma palestra (sobre Energia, que é um dos possíveis temas do Enjeux, projeto realizado pelos alunos de primeiro) e um "bureau" (escritório) da école.
O interessante dessas palestras é que são dadas por ex-alunos bem conceituados. Um ex-prefeito de Paris, um diretor chefe da SNCF (compania de trem da França), entre vários outros.
Quanto aos dossiês, resta aguardar, mas não estou realmente otimista. Com muita sorte, dispenso alguma coisa, o que vai me dar tempo livre para estudar as outras matérias.

Tendo terminado minhas obrigações, almocei com os brasileiros no RU e vim em casa pegar minhas coisas.
Fui no banco resolver mais coisas, que por sinal não deram certo.
Em seguida, comprei um celular vagabundo, para utilizar enquanto não concerto o meu. O concerto vai ser caro, e eu não quero mais ficar pagando a conta sem usar. Não vou ter GPS, 3G, nem os mil outros aplicativos, mas é melhor do que nada. Gostaria de lembrá-los que meu número é: 06 72 97 32 10. Tudo bem que eu só me comunico com o Brasil por internet, mas em caso de urgência, já sabem.

Fui ao Auchan, o super-hiper-mega-ultra-mercado, e comprei algumas coisas que me faltavam. Comida para pelo menos uma semana (incrivelmente saudável, o que impressiona até a mim mesmo), um telefone fixo, toalhas, entre outras besteiras.

Agora, nesse exato momento, resolvo mais e mais coisas.
A vida de estudante estrangeiro aqui na França é bem burocrática, mas tem suas (várias) vantagens.

Ontem à noite, enquanto comia pizza, discuti com brasileiros qual vai a viagem de Outubro, já que temos mais de uma semana de "férias". Ao que tudo indica, vai rolar um mochilão no Reino Unido, e vai ser bem barato. Ryanair e Easyjet foram as melhores invenções da história. Vamos fazer Dublin, Glasgow, Edimburgo, Liverpool e Londres. Não tem nada certo, mas é bem provável que dê.

No mais, uma semana para a Oktoberfest. :)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

WEI

Na quinta-feira, acordei tarde, almocei (fiz Ravioli à Bolonhesa. Essa vida de fazer alguma massa e usar molho pronto não dura para sempre, mas tem sido uma maravilha, porque é fácil e bom) e fiz a prova do TOEFL, para saber a carga horária e o nível da turma de inglês que eu vou ficar (é obrigatório aqui na ECP, exceto para pessoas que têm inglês como lingua nativa).

Fiz uma péssima prova de compreensão oral, mais por desconcentração do que por falta de conhecimento, uma prova boa de gramática, apesar do pouco tempo (25 minutos para 40 questões) e uma prova excelente de compreensão escrita, que deu para terminar antes do tempo dado. Acho que vou conseguir pegar a carga horária mínima, mas não uma turma com o nível que eu gostaria. Meu inglês realmente enferrujou!

À noite, comi rápido e arrumei minhas coisas para o WEI (Fim de semana de integração da École). Descobri que ia no ônibus da AdR, que é o pessoal responsável pelo bar da faculdade. Logo vi que não era uma boa, pois eles são realmente uns babacas, mas é a vida.
Depois de horas de atraso, partimos rumo à uma cidade ao lado de Biarritz, no lado francês do país basco. Não lembro o nome, mas não é realmente conhecida.
A viagem de ida foi péssima. O ônibus era desconfortável, os caras eram mais babacas do que eu pensava (um deles, inclusive, me irritou até que eu quebrasse a vuvuzela que ele tinha e jogasse na cabeça dele, ameaçando-o de morte com as poucas palavras ruins de francês que eu conheço) e eram 11 horas de viagem.

Chegando no lugar, tive a péssima notícia que o sinal do celular era ruim e não tinha internet. Isolado do mundo, o que seria péssimo, porque minha excelentíssima namorada ia me matar. :)
Quando cheguei no bangalô (um trailer muito confortável de dois quartos, um banheiro, mini-cozinha e mini-sala), conheci o pessoal que ia dividir quarto comigo. Quatro franceses, alguns legais e outros não, e o Pedro, brasileiro.

Depois de muita luta para conseguir comunicação com o Brasil, relaxei, e fui para a praia. Praia! Quanto tempo. Nunca pensei que ia ter tanta saudade disso.
A água era gelada, não tinha cerveja gelada e as pessoas jogavam rugby, e não futebol, mas mesmo assim foi muito bom.
Fiquei lá até o por-do-sol, que, com a chegada do outono, vai começando a se aproximar do horário do Brasil.
Em seguida, houve um discurso do diretor e de algumas pessoas da école, e depois o jantar. Salada na entrada, carne de pato e batatas no prato principal e bolo basco de sobremesa (pequena piada interna: não confunda bolo basco com bolo de basca!).

Depois disso, me arrumei, bebi com os brasileiros, antes de ir para a festa, que tinha como tema Western. Não comprei fantasia, nem nada do tipo, pois só soube dos temas das festas de cada dia quando cheguei lá.
Havia uma limitação do número de cervejas por dia por pessoa, e só era permitido consumir alcool no bar do WEI, o que obviamente não foi respeitado por ninguém. Isso acontece porque cinco anos atrás um aluno morreu embreagado.
Os franceses estudam TANTO na preparação para as écoles (que é incrivelmente difícil), que entram na faculdade sem ter curtido nada da vida. Isso justifica as brincadeiras infantis, insanas e pederastas que eles tem entre eles.
A festa em si foi fraca, o que é normal em écoles de Engenharia, independente do país.

No dia seguinte, sábado, só dormi o dia todo. Estava bem cansado, e não tinham me colocado na atividade que eu queria (Karting), o que me fez desconfiar que deram prioridade na escolha para os franceses. Me colocaram no Bodyboarding, às 11:00, na água gelada. Lamentável. Preferi dormir, levantar para almoçar e voltar ao sono.
Quando anoiteceu, me arrumei, jantei e bebi (escondido, mais uma vez) com os brasileiros. Fui para a festa, que tinha como tema Walt Disney, e comecei a me indignar com a falta de qualidade dos dj's, que além de tocar com Mp3, invés de Wav, mixavam mal e porcamente e tocavam as mesmas músicas do dia anterior. Se quiser tocar o que rola no "mainstream", que toque, apesar de eu não gostar, mas faça isso decentemente.

No domingo, passei o dia na praia. Que maravilha! Sol o dia todo!
Descansei um pouco na volta, jantei, me arrumei, bebi (dessa vez menos escondido) e passei pouco tempo na festa (onde os homens tinham que se vestir de mulher, e as mulheres de homem). Os franceses tem hábitos pederastas, e isso não é normal no Brasil. Em uma festa assim, dá pra imaginar o que eu vi. Não tenho o menor preconceito com homossexuais, mas os heterossexuais brasileiros não adotam certas práticas comuns entre os franceses. Não vou me adaptar à isso nunca.

Segunda, acordei acabado, e tive que aguentar atrasos e mais atrasos da organização do WEI, além de problemas e mais problemas nos ônibus. Cheguei aqui 3 da manhã, de segunda para terça.

Começaram minhas aulas ontem, terça-feira, e devo dizer que o nível dos franceses me assustou. Não acho que vou ter problemas com "Analyse", que é a matéria de matemática que mais dá dor de cabeça aos brasileiros, porque eu já estudei boa parte no Brasil, mas é incrível que os engenheiros daqui vejam o que eu vi em cadeira do mestrado da Matemática no Brasil ("Medida e Integração"). Estou realmente preocupado com as cadeiras de física, pois nunca estudei tanto no Brasil, e provavelmente não vou ser dispensado de "Mecanique", que a maior parte dos brasileiros dispensa, e é uma disciplina difícil. Nesse momento, estou preparando um dossiê para ser dispensado de "Transfert Termique". Tomara que dê certo, pois é outra matéria difícil.
Enfim, como meu forte não é me estressar com os estudos, me resta estudar, o que eu já comecei a fazer hoje.
Hoje, quarta-feira, tive aula de exercícios de "Analyse". Peguei a turma avançada, e foi bem tranquilo, mas vou esperar para tomar conclusões seguras.

Acabou a moleza! Agora a correria vai começar.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

10 dias e 10 noites.




8 dias sem postar nada no blog. Provavelmente vou omitir algumas coisas que aconteceram, mas a essência vai ser mantida. A falta de tempo e o cansaço são as principais razões da minha ausência.
O que importa é que, depois de 10 dias em Paris (mais especificamente, em Chatenay-Malabry, ao sul), eu já me sinto em casa. Agora sim uma cidade grande e caótica.

De novidades gerais, antes de falar sobre cada dia, destaco:

- Vou para a Oktoberfest, em Munich, dia 23 de Setembro, e volto dia 26. O que era sonho agora é realidade, e já tá pago. Vou de trem até Strasbourg, na fronteira com a Alemanha, e vou pegar um carro, que já tá alugado. É um Zafira, de 5+2 lugares. Dirigir nas autobans, aqueles estradas sem limite de velocidade, é um sonho. Antes que os familiares digam algo, já estou ciente que é necessário não beber pra fazer isso. Relaxem! É realmente fantástica a idéia de fazer as coisas que eu passei a vida toda vendo na midia. Que venha a Oktober!

- Vou amanhã, quinta-feira, para sabe-se lá onde. É o WEI (Weekend d'integration, o que dispensa traduções), que é um fim de semana com todos os alunos da École em alguma cidade, que é surpresa. Eles só dizem dentro do ônibus. Como eu sou um cara comunicativo e os veteranos franceses do meu andar ajudam a organizar, já me disseram o nome do lugar, mas esqueci. Só sei que fica no sul!

- Descobri que, entre as milhares (milhões?!) de coisas legais da école, que tem de tudo um pouco, eles tem equipamentos de mixagem decentes, e o clube da música eletrônica consegue verba pra comprar os equipamentos de produção. Será que esse live sai?

- Paris é muito linda. Em dez dias, conheci várias coisas, e percebo à cada dia que existem infinitas outras para conhecer. Fora que a cidade não para nunca. É incrível.

- O prestígio da ECP aqui é incrível. Não vou entrar em detalhes por enquanto, até porque não quero que soe como arrogância, mas estou bem de universidade.

Segue agora um resumo do meu dia-a-dia na última semana:

Na quarta-feira passada (uma semana atrás!), matei as aulas de francês durante o dia (o que, segundo pessoas que foram, foi uma boa decisão) e aguardei até o fim da tarde, quando fomos ao Champs de Mars, o parque em frente à Torre Eiffel.
Tirei infinitas fotos, fizemos um pique-nique com todos os estudantes estrangeiros da ECP e, no fim, fiquei quando os outros forão embora, e fui com italianos, espanhois e brasileiros para um "bar" em Saint-Michel, bairro bem localizado de Paris, que conta com inúmeros bares e abriga a catedral de Notre-Drame. Voltei e experimentei da famosa caminhada da estação (que pode ser a de Antony, ou de Croix-Berny) até a école.



Na quinta, acordei com batidas na porta. Tinha combinado de ir fazer compras no Auchan (um super-hiper-ultra-mega mercado) às 08:00. Palavra é palavra!
Comprei várias coisas necessárias pra sobreviver e economizar, como comida, produtos de limpeza, vinho, etc..
Na volta, passei na Decathlon, uma loja de materiais esportivos gigante e bizarramente barata. Se eu não me engano, tem no brasil. Comprei uma raquete de tênis de 10 euros e algumas bolinhas. Quando cheguei na école, joguei algumas horas de tênis, capotei, e acabei perdendo o jantar. Nesse meio tempo, resolvi usar a máquina de raspar o cabelo que eu comprei (já que cortar o cabelo aqui é caríssimo, e eu não fico mal com cabelo curto). O detalhe é que eu não pedi ajuda, e tentei fazer sozinho. No fim das contas, a única solução era raspar no zero. Era tão previsível que isso ia acontecer, que eu vou me abster de comentar sobre o assunto. Sorte que meu cabelo cresce muito rápido, e hoje já está "normal".
À noite, acordei apressado, bebi vinho com alguns brasileiros, fui para o andar de uns amigos aqui na residência fazer um apéro (pré-party em francês) e finalmente fui à MIX, uma boate de estrutura excelente em Montparnasse, que é gratuita para estrangeiros até meia-noite. A maior parte dos presentes era da école, mas foi bem legal. Imagino que, mais na frente, lote bastante, como muita gente já me disse. Voltei de ônibus. Essa é a maior vantagem do primeiro mundo: Segurança!

Na sexta, acordei bem tarde, e perdi o almoço. Nessas duas primeiras semanas de "férias" (minhas aulas começam segunda), tenho sido bem irresponsável, mas é justo.
Pela tarde, fui à Paris com uma guia do BdA (Bureau des Arts, que é a associação da école responsável por artes. Não é minha praia, mas é respeitável).
Fomos ao Pompidou, que é o museu de arte moderna, e acabamos não entrando, pois estavamos atrasados. Rolou uma "gincana", onde tinhamos que trocar uma laranja por qualquer coisa. Tentei trocar por um desenho e por um cachorro, mas nada feito. kkk
Em seguida, fomos à Saint-Michel, onde conheci a Notre-Dame, vi uma apresentação de uma fanfare (uma banda daquelas com instrumentos de sopro de metal) e fomos ao Louvre.
Chegando lá, não entramos, pois pensavamos que era pago (agora eu descobri que, para estudantes da ECP, quase nenhum ponto turístico é), e já era fim de tarde, mas vou reservar alguns dias inteiros para isso.




Fomos então (eu, os brasileiros, os chilenos e os austriacos) para o arco do triunfo, passando por vários parques e jardins. Eu já tinha ouvido falar que Paris era fantástica, mas não tinha noção do tanto. A cidade é FODA!
Passei em algumas lojas na Champs-Élysées, principal (ou não) avenida da cidade, e eis que vejo ninguém mais ninguém menos do que o excelentíssimo senhor presidente da França, Nicolas Sarkozy, passando no seu carro (pararam o trânsito para isso). Coincidência estranha!
Entre as várias lojas que eu entrei, a que me impressionou mais foi a Virgin. Se duvidar, era maior até do que a de Orlando, que eu já tinha ido. Na sessão de cd's brasileiros, tinham coisas raras de encontrar até no Brasil. Muito bom! Fiquei louco para comprar um álbum de fotos da família Corleone. Adoro "The Godfather".
Chegando no arco do triunfo, não pude subir, pois havia esquecido o passaporte, o que me impediria de entrar gratuitamente.
Voltei para casa, tomei umas cervejas e conversei um tempo com o pessoal do meu andar (que, por sinal, me aparenta cada vez mais ser muito gente boa) e dormi.




No sábado, acordei excessivamente tarde, cozinhei (lentilha e carne de porco, enlatados, obviamente) e não fiz nada de útil o dia inteiro.
Pela noite, fui com todos os estrangeiros para um jantar no Flames, um restaurante que tem um rodizio (bem fracassado, por sinal) de pizzas finas. Não gostei muito, mas de graça, até injeção na testa.
Depois de lá, dei uma volta com o pessoal, passei no Champs de Mars, pois era aniversário de um brasileiro que se formou na ECP agora, e voltei para casa.

No domingo, acordei, para variar, bem tarde, e não fiz nada de realmente útil o dia inteiro. Para ser sincero, pode até ser que tenha feito, mas não lembro. Os franceses do primeiro ano chegaram nesse dia.
Feliz um ano de namoro para mim e para a Lana. Foram tempos muito felizes, mas não mais do que serão daqui para a frente.
À noite, aconteceu a festa de recepção deles.
Era véspera do meu aniversário, e me deixava um pouco triste não ter meus amigos e minha família para comemorar. Eis que o mundo conspirou à favor, e foi muito bom.
Quando sai do meu quarto, as pessoas do meu andar estavam na "salinha", lugar onde se bebe, se conversa, se ouve música, se come.. enfim, onde as coisas acontecem.
Cantaram até parabéns, me embreagaram de N bebidas diferentes e conheci muita gente legal, que eu ainda não tinha visto. Foi realmente legal.
Desci para a festa, falei besteiras para quem quisesse ouvi, e me diverti fazendo barulho pelo bloco na volta com os franceses. Molecagem que não é bem vista fora de datas como essa, mas que valeu a pena.

Nessa noite, descobri que cai no andar do clube da música eletrônica. Outra coincidência estranha, mas bem legal. Tenho voltado a produzir, e descobri que os caras manjam alguma coisa. Quem sabe não sai um live, né? Pelo que eu tenho visto, os equipamentos por aqui não são tão caros.
Ainda esses dias sai "black dog", uma track que eu tenho feito faz alguns dias.

Na segunda, acordei destruido e não fiz nada de útil durante o dia.
À noite, fui com a Nattasha (a outra cearense que chegou esse ano), um austriaco e um espanhol para o Quick. Pena que eu escolhi o Quick errado, e nós andamos mais de 2km, com direito à chuva.
Na volta, vi por alguns minutos a banda que tocava na Neb, o abençoado bar da faculdade, que vende a cerveja "demi" (que significa "meio", ou 250ml, em termos de cerveja) por 1 euro, e voltei para o quarto.

Na terça, ontem, acordei tarde, almocei sozinho e fui fazer o teste de francês, para saber o nível da turma em que vou ficar. Isso mesmo, mesmo depois de 2 meses de curso intensivo, tenho aula de francês. Foda!
Passei a tarde toda produzindo a "black dog", que tá com uma pegada bem Goa. Quem não entender de música eletrônica não deve ter a minima noção do que seja isso, mas acreditem, tá ficando legal.
Esqueci de jantar, desci para tomar umas cervejas na Neb e voltei cedo para casa.

Hoje, quarta, resolvi burocracias da école, produzi um pouco, fui fazer compras em Anthony e aqui estou agora.
Na volta de Anthony, cortei caminho pelo cemitério. Eu sou bem cético, e convicto do meu agnosticismo, mas é sempre uma sensação engraçada. kkk

Já viajo amanhã para o WEI, e vou passar o dia resolvendo coisas.

A frequência das postagens vai aumentar novamente.
Meus últimos dias foram bem corridos, como se pode ver se você chegou até o fim do texto, e nos momentos livres que eu tive, não tive paciência de escrever.

Que venham os dois anos e meio de cidade-luz! Agora estou no meu lugar. :)

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Enfim, Paris!

Enfim, Paris.
Depois de longos dois meses de espera, devo dizer que as impressões iniciais da vida que eu vou levar aqui foram as melhores possíveis.

No domingo, peguei o ônibus que a gente mandou para vir para a ECP.
Por incrível que pareça,a viagem foi ótima. Tinha um compartimento, como aqueles de trem, onde ficavam 4 pessoas, e foi bem mais confortável do que o normal.

Chegando aqui, alguns alunos estrangeiros (do Club TIME, que é a associação dos estrangeiros aqui da ECP) nos receberam e ajudaram com as malas.
Peguei o quarto G322 da residência. É o terceiro andar do bloco G.
Pelo que eu vi, dei sorte. Só tem eu e uma brasileira de estrangeiros no andar, e os franceses foram relativamente receptivos comigo.
Os blocos da residência ficam dentro do campus (2 minutos andando do bloco onde as aulas são ministradas), e tudo fica perto (campo de rugby/futebol, RU, prédios da universidade, etc..).
Em cada andar da residência, tem uma cozinha em comum, os banheiros e uma salinha de lazer. No caso do meu bloco, a salinha tem uns grafites na parede, uma mesa de jantar, alguns sofares, alguns guarda-sóis (wtf?! kkk) e muita bebida/comida solta pelas mesas.

Segue uma foto abaixo do campo e dos blocos de aula:




Ainda no domingo, consegui colocar internet (era necessário cadastrar algumas coisas) e jantei com o pessoal do TIME em um salão, onde fica o bar da école. Sim, aqui na França existem bares dentro das universidades.
Conheci várias pessoas, e fui tomar um chimarrão com os gauchos na salinha do andar de algum deles.

Na segunda, houveram aulas de francês nos dois turnos. Sinceramente, não fui, e não perdi nada. A professora era chinesa, não houve nada de importante e eu não aguento mais aula de francês. Me recomendaram bastante fazer isso.
Apareci para almoçar com os brasileiros no RU, e que surpresa positiva. A comida é excelente!
Dizem que, depois de um tempo, você enjoa, mas eu sou bem menos "fresco" com comida do que a média. Ter infinitas opções de entrada, pão, queijos, sobremesas e prato principal, além da água liberada, por 3 euros, mata qualquer necessidade de reclamar.

Uma foto do RU:




Organizei em parte meu quarto, mas ainda tá uma bagunça.
A lista de coisas que eu tneho que compar tá gigante, e minha conta já não é mais a mesma. Quem mandou viajar? kkk

Ainda segunda, houve a apresentação das associações, depois do jantar.
As associações e clubes são grupos de algunos com qualquer finalidade.
Tem associações de estudantes internacionais, brasileiros, de todo tipo de música, de mágica, de lego, de vinhos, de idiomas, de todo tipo de esporte, de poker, de "igualdade de chances", dos gays, de política.. enfim, são 150 oficiais. Não conheço nem 10% ainda. Isso se falar nos infinitos esportes diferentes que têm aqui.

Conversei um bom tempo com os veteranos brasileiros, e cada conversa dessa rende muita informação. Quanto mais eu descubro sobre a école, mas tenho coisa pra descobrir. Depois disso, voltei pro meu andar e fumei narguile com os franceses do meu andar.
Não vou dizer que eles são os caras mais legais do mundo, à principio, mas foram mais receptivos que a média.

Hoje, terça, acordei, tomei café da manhã e corri para resolver todas as burocracias da chegada. Me rendeu uma manhã bem estressante.
Almocei com os brasileiros, joguei um poker e vou voltar a organizar meu quarto.

Agora sim uma vida de verdade!

sábado, 28 de agosto de 2010

Enfim, adeus Vichy! Paris, ai vamos nós!

Eis a última foto dos brasileiros do Cavilam reunidos: (É mais gente do que eu pensava!)






Desde terça, dia do último post, aconteceram algumas coisas que valem a pena serem mencionadas.
Fiquei doente na quarta, pela primeira vez no ano (e espero que última). Cheguei do Cavilam à tarde, dormi e só fui acordar no meio da madrugada.
No outro dia, quinta, faltei o Cavilam, e passei o dia fazendo "nada" em casa.
Peguei muita música boa. Tenho ouvido uns jazz mais experimentais, e voltei a pegar coisa nova de música eletrônica. Recomendo bastante o cd novo do Ital, e as tracks do Manmachine!

Sexta fui à estação me despedir do pessoal que vai para Lille e depois fui ao Cavilam e assisti um filme relativamente legal (Tanguy, uma comédia trivial, mas menos apelativa que o convencional. Era a história de um filho que não queria sair de casa de jeito nenhum, e os pais já estavam loucos). É legal entender filmes em francês. Ainda não é 100%, mas já dá pra se virar. Peguei meu diploma, e tive uma agradável surpresa: Só 11 horas de falta, que são equivalentes à 3 dias. Piada, porque eu faltei muito mais do que isso, mas não vou reclamar de jeito nenhum.
Depois disso, almocei no restaurante com o pessoal, e fui tomar uma cerveja com uma parte da galera. Nunca pensei que ia fazer isso, mas compramos a cerveja natural, do jeito que estava na estante, e bebemos. Que costume ruim, não? Fiquei com tanta saudade do Brasil, que comprei duas Heinekens e coloquei no freezer quando cheguei em casa.

Ao chegar em casa, tirei um cochilo, e acordei com o pessoal me chamando para o jantar.
Quando desci, as cervejas que eu tinha comprado já estava sendo servidas no meu copo, e uma tábua de petiscos bem variada estava na mesa.
Conversamos por horas, ouvindo um cd de jazz da Mme. Chapuis. Muito bom, por sinal.
Na hora do jantar, um espetáculo. Ratatouille (que é uma sopa de legumes quase indispensável nas refeições dos franceses) e Filet ao molho de champignons.
Achei muito atencioso da parte deles servirem o vinho "Juliénas", que é meu vinho tinto favorito, entre os que eu tenho condição de comprar (kkk).
Se esse foi o penúltimo jantar, não quero nem imaginar como vai ser hoje, sábado.

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Seria muito arrogante da minha parte dizer que eu nunca mais vou voltar aqui, pois eu já aprendi na marra que o mundo dá muitas voltas, mas acho que cabe dizer que, hoje, não tenho vontade nenhuma que isso aconteça. Vou para Paris amanhã, e algo me diz que lá a vida, embora com menos regalias, vai ser mais próxima do padrão que eu gosto.

No geral, fui um cara de muita sorte, apesar de ter passado por mals momentos nesses dois meses.

A família que me recebeu é realmente fantástica. A paciência deles em nos ajudar à aprender sobre a cultura francesa (idioma, culinária, costumes, etiqueta, etc..) é incrível. Fora que a comida é maravilhosa, a casa é um espetáculo e eu tinha tudo. Piscina, roupa lavada e passada, internet sem fio muito rápida e carona com eles toda hora para todo lugar. Como nem tudo é perfeito, a única coisa da qual eu posso me queixar, é de ter abdicado de algumas saidas pela distância, e por não querer incomodá-los durante a madrugada.
Isso sem falar no chinês, o "Roy", que, apesar das divergências culturais, que não são poucas, se tornou um grande amigo. Não é o cara que eu vá chamar para "faire la fête" (farrear), mas é um cara com quem eu posso contar.

O Cavilam, apesar de ter alguns professores ruins e ter a internet mais lenta do mundo, tem também bons professores e uma estrutura excelente. Há quem reclame, mas achei o restaurante universitário fantástico. Quem me conhece sabe que eu não comia no RU da UFC nunca. Não por arrogância, ou coisa do tipo. Era o ambiente que me fazia mal.
A última professora que eu tive pela manhã, a Florence, foi sem dúvidas umas das pessoas mais antenciosas que eu já conheci. Sou muito grato à ela.

Sobre Vichy, já não tenho tantas coisas boas à dizer.
É incrível como uma cidade de vinte mil habitantes, com sessenta mil ao todo, se contarmos as regiões vizinhas (como a que eu moro), tem uma estrutura de comércio tão decente. Para compras, até que existem muitas opções. Tem até loja de instrumento musical! Quanto à isso, não dá para reclamar.
O problema vem quando chega a noite. A cidade, no geral, tem muita gente velha.
As opções da noite são o Flamingo, uma boate que, segundo relatos, é lamentável; o Tahiti Plage, que é um bar até legal, pois fica na beira do rio, mas tem um atendimento desprezível; o Lord's, que é o bar onde rola o happy hour do Cavilam na segunda e que tem os preços mais abusivos da história, sem falar no espaço, que é minúsculo; o Sporting, onde acontece a soirée do Cavilam, que é a festinha mais tosca do mundo (som de festa de aniversário, terminando 2 da manhã) e o L'Academie, que é um bar decente de verdade, mas que é MUITO caro. Enfim, se quer uma noite legal, passe longe de Vichy.
Quanto ao papo de ser uma cidadezinha pequena e segura, é uma meia verdade. Várias meninas foram abordadas durante a noite por caras no meio da rua, e eu mesmo, na volta de uma soirée, fui abordado. Não existem armas, como no Brasil, e correr (ou até enfrentar) é sempre uma opção, mas não deixa de ser inseguro. Semana passada mesmo nós fomos tirar satisfação com um cara que mexia com todas as velhas no meio da rua. Não consegui me segurar, e botei o cara para correr. Quem me conhece sabe que eu nunca fui de arrumar confusão, mas não consigo ver essas coisas parado.

Já que minha vida social não foi das mais intensas, como eu fiz sempre questão de manter, tem que existir algo de positivo, e existe. O aprendizado foi fantástico.
Quando eu cheguei, não sabia absolutamente NADA de francês. Fiz um semestre da Aliança Francesa, mas fazia muito tempo, e era sábado de manhã.
Hoje em dia, consigo conversar sobre quase qualquer assunto em francês, e já tenho um conhecimento razoável da estrutura da lingua. Falta mesmo é vocabulário, mas tenho lido bastante para melhorar isso. No momento, leio "O Conde de Monte Cristo". É realmente muito difícil, mas vai dar um "up" considerável no meu francês quando eu terminar.
Aprendi muito também sobre a cultura. Já tenho meus vinhos e queijos favoritos, me adaptei à alguns costumes franceses, sei algumas coisas sobre a revolução francesa (que não se aprendem no colégio, no Brasil) e dismistifiquei alguns boatos que correm no Brasil sobre os franceses.

Apesar de tudo, foi bom.
Fora todo o enriquecimento cutlural, fiz três viagens fantásticas, passando por três países (a primeira para Grenoble/Annecy, a segunda para Roma e a terceira para Annecy/Chamonix/Genebra), e isso foi fundamental para segurar a barra por aqui.
Vivi momentos de muita tristeza e saudade. A má relação com alguns brasileiros no começo colaborou um pouco para isso, pois senti muita falta de pegar o celular na sexta-feira e chamar meus amigos para tomar uma cerveja. No fim das contas, são águas passadas (assim espero).
Tenho saudade da minha namorada, da minha familia, dos meus amigos, do meu carro, do meu quarto, da Narcisa (e como tenho!) e de toda a minha rotina no Brasil, mas nada (NADA) do que eu aprendi aqui, eu poderia aprender lá.
Cada escolha, uma renúncia. E é pensando nisso que eu busco crescer o máximo possível aqui, independente da saudade.

Domingo, amanhã, começa uma nova fase da minha vida.
Espero que tudo aquilo pelo qual eu prezo sobreviva à essa mudança, e que toda e qualquer nova experiência venha para acrescentar, e não subtrair.

E agora vou começar com a as malas, porque já tá mais do que na hora.

Até Paris! :)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Que venha o 303!

Sobre o fim de semana, um breve resumo:

Na sexta, tive o famoso "dia rotina", e aproveitei minha falta de disposição para não sair à noite. Comecei a malhar em casa. É melhor do que ficar parado e, até hoje, segunda, tenho sido disciplinado com isso. Pelo que me disseram, não perdi tanta coisa na soirée do Cavilam.
No sábado, acordei, sai para almoçar com os brasileiros e ficamos um tempo pelo parque depois, curtindo o que há de melhor para se fazer em Vichy: fazer nada tomando cerveja na sombra, na beira do rio. À noite, fui para Clermont Ferrand, e dormi por lá. Nada demais.
No domingo, dia internacional da ressaca, fiquei em casa vendo o tempo passar. E como ele passa rápido. Fazem 2 meses que eu sai de casa!

Descobri hoje que a "Santa Egide" vai nos reembolsar de boa parte do valor que nós pagamos para as famílias que nos receberam aqui em Vichy. É meio sem sentido, tendo em vista que nós pagamos com as bolsas que eles mesmo deram, mas longe de mim reclamar disso. kkk

Descobri também que vou fazer outra prova amanhã, só que dessa vez feita pela professora da classe, para determinar a nota que nós receberemos no diploma. Sinceramente, não estou ligando muito não.

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Decidi que vou passar o natal no Brasil, com minha familia, meus amigos e minha namorada.
A programação é: Sair daqui lá pelo dia 18 de dezembro, ficar em Fortaleza até dia 27 e me mandar para o 303 Art Festival. Vai ser o evento que substituirá o Universo Paralello esse ano. (www.303artfestival.com)
Foi o que me falaram ano passado. Depois que você vai uma vez, não dá para imaginar algum reveillon diferente. É a coisa mais próxima da perfeição que eu já vivi.

Estão quase certas também duas viagens para Outubro. Uma, que dura só um fim de semana, e já é quase uma tradição entre os estudantes brasileiros que vêm para a França, é a Oktoberfest, em Munich. O evento dura 2 semanas, mas vamos pegar só o último fim de semana, no comecinho de Outubro.
A outra viagem, de uma semana, vai ser durante as mini-férias que eu tenho no fim de Outubro. Quero fazer Lille/Bruxelas/Luxemburgo/Amsterdam, mas são só planos.

A intenção é que, ao fim dos dois anos, esse blog sirva também como guia do viajante na Europa. kkk


E é isso ai. Faltam 6 dias para ir para Paris. :)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Roger Waters, Robert Plant e Axl Rose no mesmo lugar!

É verdade que as postagens se tornaram menos frequentes.
Isso se deve em parte à rotina, em parte à falta de tempo.

De sábado, dia do último e melancólico post, até aqui, nada de realmente interessante aconteceu.
Passei o resto do fim de semana (que termina no almoço de segunda, já que não tem aula pela manhã) em casa.
Segunda, terça e quarta foram dias exatamente iguais.
Acordo, vou ao Cavilam, almoço com os brasileiros, tenho outra aula, volto para casa, estudo, jogo poker na internet, falo com as pessoas no Brasil e durmo.

Hoje, quinta-feira, foi um pouco diferente. Um pouco.
Entre a aula da tarde e o poker houve uma prova, o TCF (Test de Connaissance du Français).
Estudei muito, pois pensava que um bom resultado me ajudaria a diminuir a carga horária de francês na École.
Além de ter descoberto que isso não é verdade, eu não fui tão bem assim (eu acho).

Desobri hoje que eu não FALO francês ainda. Eu me viro em francês.
Apesar de saber alguma gramática e conseguir "desenrolar" quase qualquer assunto, eu ainda tenho um vocabulário bastante restrito.

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Eu estou bem mais ansioso para me mudar para Paris do que eu estava antes de vir para a França. Motivos?

Além de Vichy ser minúscula e eu morar longe do centro (o que, por sua vez, não é uma reclamação. Eu tive MUITA sorte com a família que me recebeu), eu não suporto essa calma eterna que paira no ar.

Em uma breve consulta na internet, para saber o que iria acontecer em Paris esse mês, descobri algumas coisas:

A Techno Parade, que acontece anualmente em Paris, Zurich, e algumas outras cidades, vai ser dia 25 de setembro. Fiquei espantado, mas esperam 500 mil pessoas na rua!
Não é muito, se você pensar que a parada gay de São Paulo tem 3 milhões de adeptos e a Love Parade (que esse ano foi trágica) tem 2 milhões.

Só até o fim de Setembro, se apresentarão em Paris:

Queens of Stone Age, Blink 182, Cypress Hill, U2, Ozzy Osbourne, Guns n' Roses, Limp Biskit, Sting, Black Rebel Motorcycle Club, Indochine, entre VÁRIOS outros.
Isso sem contar com os artistas de música eletrônica, que são incontáveis, pois todos os clubs de Paris vão ter grandes atrações no dia da Techno Parade (por curiosidade, vai rolar até Dave the Drummer e Chris Liberator em um club alternativo no dia. Os caras me perseguem!).
Por mais que a banda não seja a mesma, acho que vou dar uma conferida no show do Guns, dia 13 de Setembro!

Se tiver curiosidade de conferir, um site que vende ingressos (e que só serve de referência, porque tem os preços mais absurdos da galáxia):

http://www.worldticketshop.com/cities/paris

Das datas futuras, só garanto presença no show do Robert Plant, em Outubro, do Deep Purple, em Novembro, e do Roger Waters, em Maio. É quase um sonho ver isso. Foda!

Cidade grande é outra coisa!

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Sobre o próximo fim de semana, acho que vou ficar em casa na sexta, vou à Clermont Ferrand no sábado e vou pescar no domingo.

sábado, 14 de agosto de 2010

"Mas, como nem tudo na vida são flores.."

Sobre os dias que se passaram depois da viagem, não há, de fato, muitas coisas interessantes à serem relatadas.
Comi bem, como todos os dias, senti saudade de casa, como todos os dias e fui para o Cavilam, como quase todos os dias, o que, por sua vez, tem sido insuportável.
É sábado, e eu estou em casa. No Brasil, isso seria impossível, mas estou bem por não ter que levantar cedo e assistir aula de francês.

Durante a semana, tive uma reunião com a responsável pelo curso de francês na ECP.
Sinceramente? Não trouxe muita informação nova.
Pelo que eu tenho percebido, minha compreensão oral e escrita, e até a fala, são suficientes para sobreviver. O problema é escrever!
É bem comum eu fazer uma redação pequena, de 15 linhas, revisar várias vezes, achar que vou receber elogios e descobrir que cometi mais de dez erros.

Ontem, sexta, fui na soirrée do Cavilam.
Foi até legal. Bebi qualquer coisa e conversei um bocado com os brasileiros e com os franceses que foram comigo (Toni e amigos). O legal de falar com eles é aprender o francês que não é ensinado no Cavilam. :)

Hoje, sábado, joguei poker, li besteiras na internet e vou assistir o jogo do Ceará.
É incrível, mas minha rotina tem sido tão chata, que um dia assim não causa tédio. Causa quase prazer.

Para o resto do fim de semana, nada demais.
Devo seguir minha sequência de atividades "lights", e a ansiedade de chegar em Paris deve aumentar.

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Esse comentário é mais pessoal, mas me agoniza o fato de passar tanto tempo sem produzir algo de útil. É como se eu não aproveitasse meu tempo e um dia eu fosse sentir falta dele.
Não é possível que não haja nada de novo em Vichy, exceto a lingua e a cultura.
O que eu queria mesmo era ir para o Boom Festival (www.boomfestival.org), essa semana, mas existem várias barreiras que impedem. Isso sim seria legal!
É nessas horas que meus amigos, e principalmente a Lana, fazem falta.
Eu tive uma vida toda para encontrar as pessoas que colaboram para saciar esse eterno desejo pelo novo. Aqui, eu não tenho tantas opções, nem tanto tempo.
Em uma conversa totalmente informal, acabei falando algo de brincadeira, mas que fez completo sentido posteriormente:

"A minha entropia é inversamente proporcional à do meio em que eu vivo."

Resumindo: Eu quero é caos!
Paris vem ai, e espero que essa mistura de melancolia, baixa auto-estima e pessimismo se torne passado.
Quanto à saudade de casa, é um pouco mais complicado de esquecer, mas aprende-se à conviver.

Tenho ouvido várias vezes a mesma música.
Sempre gostei dela, mas nunca tinha reparado na letra.
Retrata bem meus dias.





A ONG "Ajude o Edson e a Lana à irem para o Boom Festival" aceita doações! kkk

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Genebra



Domingo foi bem difícil acordar.
Dormi com a janela aberta no hotel em Chamonix, e acabei ficando com MUITO frio.
O trem para Genebra partia 6 horas, e nós dormimos pouco e mal.
Dormi quase o caminho todo no trem.

Ao chegar lá, ainda cansados, descemos na estação errada, e acabamos andando muito.
É engraçado, mas cruzar a fronteira entre a França e a Suiça (que não é da zona do euro) não tem nenhuma burocracia.

Chegando em Genebra, me deparei com uma cidade calma, bem maior do que as outras que eu vi no fim de semana e que sediava algum evento.
Mais tarde eu lembrei que ainda acontecia a festa da cidade.

Do meio do lago, no centro da cidade, um jato d'água de 140 metros era disparado.
Sinceramente, não é nada demais, mas não chega a ser desprezível.




Fui ao hotel e.. dormi!
O cansaço era tanto, que não lembrei nem de colocar o despertador.
Fui levantar 5 da tarde.

Almocei no Mc Donalds (o mais caro do mundo, diga-se de passagem. 12 francos, ou 9 euros, pelo Big Mac. Moral: Nunca vá no Mc Donalds na Suiça), dei uma volta pelo lago e pela festa da cidade (que consistia de vários brinquedos, stands de jogos e música, entre outas coisas), e voltei para o hotel para pegar as tequilas que compramos antes de viajar.

Bebemos um pouco, e passeamos mais. O cansaço era quase insuportável, e acabei não curtindo tanto as diversas opções que haviam ao redor do lago.
Voltei para o hotel, falei com a Lana e dormi.

No outro dia, ontem, segunda-feira, acordei, tomei café no hotel e parti para visitar a ONU.
Simplesmente fantástico.
Conheci todas aquelas salas de conferência gigantes que passei a vida vendo no jornal nacional, e aprendi muito sobre história e arte. A quantidade de obras doadas pelos países é absurda, incluindo algumas bem famosas.

Depois de lá, almocei em um mercado e esperei a hora de pegar o trem, rodando pela cidade.
Quase todos os brasileiros compraram canivetes Victorinox, chocolates, ou coisas que todos compram na Suiça, mas minha condição financeira e meu bom senso não me permitiram fazer isso.
Após uma sequência absurda de atrasos, cheguei são e salvo em casa.

A Suiça é linda e tem pessoas muito educadas, mas é MUITO caro.
Se for, prepare os bolsos.
Não sei nas outras cidades, mas tem uma quantidade absurda de brasileiros em Genebra, e muitos deles abriram stands de caipirinha, ou acarajé, pela festa de lá.

A viagem foi muito boa.
É terrível retomar a rotina amanhã.

Chamonix



Antes de começar à falar sobre essa parte da viagem, eu queria dizer: Chamonix é a cidade mais FODA que eu já fui.
No meio dos alpes, com uma estrutura extremamente aconchegante e um público extremamente selecionado, faz justiça aos 5000 turistas que sobem diariamente a "Aiguille de Midi", pico mais alto da Europa Ocidental, na estação menos movimentada de lá (o verão).



Acordei em Annecy no sábado achando que ia morrer de frio.
O trem partia às 07:00, e eu não sabia como sair do fim de mundo que era meu hotel para a estação.
Acabamos conseguindo um taxi.
Tomei café da manhã na estação, e peguei o trem.

Logo na subida das montanhas, me deparei pela primeira vez na vida com a neve que cobria os alpes.
Estavamos na fronteira entre França, Suiça e Itália. Um lugar desses não tinha como não ser espetacular.

Ao chegar na cidade, fui para o hotel, que, dessa vez, ficava bem no centro da cidade. Localização melhor impossível.

Me informei do que havia de legal para se fazer, e me disseram que um dia não bastava para conhecer as montanhas. O principal era pegar o teleférico para a "Aiguille". Mais tarde eu tomei conhecimento que era o suficiente. O lugar é simplesmente fantástico.

Encontramos todos os brasileiros na fila para reservar o bondinho, que era de quase duas horas. Tinha que valer muito a pena MESMO!
Ainda aguardamos mais duas horas para chegar nossa vez, almoçando pela cidade à fora.





Quando chegou a hora, pegamos o bondinho, que nos levou para uma altura de 3842 metros.
Lá, quase 0ºC e um sol muito forte. Era incrível ver a neve com um sol desses.
Tirei uma quantidade absurda de fotos, pois não quero esquecer nunca aquele lugar.
A vista é fantástica. O gelo cobre o pico das montanhas, e você está lá no meio.
Era possível ver isso de diversos lugares diferentes, em estruturas metálicas interligadas.
Foi a primeira vez que eu vi neve, em anos de mochila pelo mundo à fora! :)





Após tomar um bom chocolate quente lá emcima, descemos para a base da montanha, onde escalamos algumas pedras e esperamos a hora de voltar.

Simplesmente fantástico.
Tem certas coisas na vida que não tem preço.

Na volta, havia um campeonato de manobras de bicicleta na rua, com direito à show de uma banda muita boa, que tocava na versão "jazz new age" várias músicas pop, como a da pantera cor-de-rosa, ou Billie Jean. Foda!

Compramos alguns vinhos e queijos, e fomos nos arrumar nos hoteis.
Em seguida, nos encontramos e bebemos pela cidade.
Um hábito bem francês que eu tenho o prazer de adotar.


Annecy



Bem, antes de mais nada, eu gostaria de adiantar que a viagem do fim de semana foi uma das melhores da minha vida.

Na sexta, acordei e fui para a estação encontrar os outros brasileiros.
Pegamos o trem, fizemos escala em Lyon e chegamos em Annecy por volta de 13:00.
Ao chegar lá, tive o desprazer de descobrir que o meu hotel (que, junto com o Cleiton, era diferente das outras pessoas, por ter feito as reservas depois) era MUITO longe.
Em uma mistura de taxis e ônibus, fui e voltei de lá, e encontrei todos no lago de Annecy.

Não é a primeira vez que eu vou nessa cidade, mas é tão lindo, a água do lago é tão clara e as ruas são tão cinematográficas, que continua sendo fascinante.

Nos separamos em dois grupos, e alugamos uma lancha. Exatamente igual da outra vez.
Dessa vez, fazia tempo melhor, e a lancha era bem mais moderna.
Foi foda!
Aquela água gelada, com aquele sol e aquelas montanhas ao redor, não tem preço!




Saindo de lá, fomos comer um Kebab (eterna salvação dos que não querem gastar muito), e conhecemos um argelino que indicou tudo que tinha de legal para se fazer em todas as cidades pela qual iriamos passar.

Fomos para o hotel da galera (que era bem mais perto), nos arrumamos e tomamos algumas cervejas por lá e pela cidade. Nada demais.
Acabamos encontrando um bar que tinha um vinho muito bom por um preço razoável.
Aqui na França nós pagamos baratíssimo por vinhos que custam mais de R$50,00 no Brasil. O mesmo se aplica para os queijos. É ridículo.
Não é vergonhoso beber uma garrafa de vinho rosé que custa menos que 5 euros no mercado. É extremamente normal.
A mesma garrafa custa bem caro no Brasil!

Quando eu e o Cleiton resolvemos pegar um taxi para voltar, já era tarde, e foi MUITO difícil.
Esperamos algumas horas no frio, mas conseguimos.