quinta-feira, 29 de julho de 2010

Couper les cheveux

Acordei hoje no horário limite, e fui para a aula. Lá, a professora me disse que eu estava agora no nível B1+. Mais do que eu esperava, mas é bom um nível acima do seu. Acaba forçando à estudar mais. :)

Foi a primeira vez hoje que eu falei naturalmente em francês. Fui falar alguma coisa, e esqueci que tava falando com um brasileiro.
Acho que já sonhei também, mas não lembro exatamente. Dizem que é o primeiro sinal de falar uma lingua.

Na aula da tarde, continuamos o trabalho de ontem (eu, outro brasileiro e uma italiana), que era um anúncio publicitário.
Fizemos de um ventilador. Havia a foto de um velho, na frente de um, e o slogan era algo como: "Vous avez l'AIR d'être plus jeune", que em português é "Você tem AR de ser mais jovem". O trocadilho não fica bom traduzido, mas o que vale é a intenção.
Enfim, tosquice. :)

Depois da aula, fui cortar o cabelo.
Foi, sem dúvidas, a coisa mais tensa que eu fiz depois que cheguei aqui.
Depois de rodar em diversos salões (a maioria exigia agendamento, ou custava caro), acabamos achando um longe pra &#¨@%@ do Cavilam.
Custou 15 euros (que, convertendo, são uns 35 reais!), e não ficou lá essas coisas.
Acho que vou comprar uma máquina (que custa 40 euros) e começar a raspar a cabeça. Mais seguro, mais barato e menos trabalhoso.

Nesse exato momento, estou esperando a hora do jantar e terminando de arrumar as coisas para viajar.
O trem para Lyon (onde vou pegar o avião pela tarde) sai 09:29.
Essa viagem tem tudo para ser sensacional.

Enfim, espero trazer boas notícias segunda. :)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Rotina?

Na segunda-feira, acordei quase meio-dia (pois não tenho aula), e fui para o Cavilam.
Almocei com os brasileiros, voltei logo depois da aula da tarde e fiquei aqui pelo resto do dia. Deve ter acontecido algo mais de interessante durante o dia, mas não lembro.

Depois do jantar, fui ao Lord's, o bar onde acontece o happy hour do Cavilam toda segunda-feira. Estranho, mas é meio que tradição lá beber na segunda.
Tomei algumas cervejas com os brasileiros, e voltei de carona.
Nada de fantástico, mas usei esse dia para refletir sobre algumas coisas na vida. Foi interessante.

Joguei xadrêz pela primeira vez com o chinês, depois do jantar. Perdi!
Intimidade é uma merda. Ele, que soava extremamente educado, não perdeu totalmente a postura, mas já tem liberdade de tirar onda comigo.
Ele me deu um "chiclete" e disse: "É muito bom". Eu comi, e senti um gosto horrível de carne. Ele continou sério e perguntou: "Você não gostou?". Obviamente, eu fiquei com vergonha. Só no outro dia ele explicou que era brincadeira. :)

Na terça-feira, ontem, acordei de ressaca e não fui para a aula. É a primeira vez que eu faço isso em um mês, e como a mudança de classe só é de quarta para quinta, decidi dormir quando lembrei da cara da retardada da professora. Pais, avós e todos os outros leitores da categoria "informações censuradas", não esquentem. Não vai se repetir!

Acordei meio dia e fui almoçar com os outros.
Paguei a reserva dos hotéis em Annecy (que vou novamente no dia 6, pois os outros brasileiros ainda não conhecem, e vale a pena repetir!), Chamonix e Genebra (que acabaram ficando para próxima na viagem passada), e fui para a reunião com a Barbara Simon, da ECP.
Foi legal, pois eles vão cuidar "Carte de Sejour" e de boa parte dos documentos por nós.
Não houve tanta informação nova assim, mas foi bem útil.

À noite, permaneci em casa para estudar, falar com a namorada e fazer qualquer coisa de inútil.
Joguei xadrêz denovo com o Roy. Dessa vez eu ganhei.
Quem conhece sabe o tanto que fiquei mordido com a derrota. Odeio perder! :)

Hoje, quarta-feira, fui para a aula, pronto para pedir uma mudança de classe, quando a professora se antecipou e disse: "Edson, eu penso que você deve ir para uma classe superior". Vou para o B1(3)/B1(4). Comecei no A1(2).
Almoçamos com a Barbara Simon no RU (sem pegar fila! :D), tiramos mais algumas duvidas sobre as burocracias francesas (que, ao contrário das brasileiras, são bem recompensadas) e fomos para nossas respectivas classes.

Eu demorei quase um mês para encontrar um bom atelier. Quando eu encontro, a professora vai ficar de férias, e eu tenho que trocar. Vida injusta, não? Recebi a notícia hoje.

Depois da aula, fui no banco pedir meus cheques (que eu nunca usei, mas preciso para pagar o "calção" da residência em Paris) e fui para a estação, onde comprei as passagens da viagem para a Suiça. Muita enrolação, porque as reservas estavam "erradas". Perdemos uma hora fazendo coisas que se fazem em 5 minutos.
Fui na livraria comprar uma gramática nova, e vim para casa.

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Eu compreendo que ler grandes textos, sem fotos, nem grandes informações, não é tão interessante.
Mas enfim, esse blog não tem como objetivo o número de acessos, e sim manter informados meus familiares e amigos, minha namorada e as pessoas que pretendem vir para a França. Quando decidi vir, gostei muito dos blogs de alguns veteranos.
De toda forma, garanto ter bem mais coisas interessantes para contar quando voltar de Roma.

domingo, 25 de julho de 2010

Rugby? Peut-être!

Sem fotos, sem vídeos, sem coisas muito interessantes.. por enquanto!

Sexta-feira, tive um dia normal (para entender o conceito de dia normal, leia os posts anteriores) e, ao voltar para casa, decidi não ir para a Soirée do Cavilam. Estava meio cansado, estou economizando para o fim de semana e detesto o Sporting Club (local onde acontece a festinha quase toda semana).
A coisa mais legal que aconteceu foi descobrir que outro amigo de Fortaleza vai pra Roma comigo. Essa viagem promete!

No sábado, tive um dia mais movimentado.
Acordei, encontrei os outros brasileiros na graminha do Cavilam e fomos almoçar.
Não sou muito de topar comer Kebab no almoço, mas a política de "menos luxo, mais viagens" tá mudando minha cabeça. De toda forma, comi e tomei um chá (cortesia da casa) meio estranho. Não era alucinógeno (kkkk), mas era estranho. Enfim, os tunisianos e seus chás. Sem mais comentários.

Dois brasileiros veteranos da ECP estão em Vichy, para visitar suas respectivas "famílias" do ano passado. No intervalo em que andamos até o parque, depois do almoço, bombardeei os caras de pergunta.
Foi interessante saber o que eu vou estudar, onde eu vou morar (e por quanto!), o que tem pra fazer de legal na École, e blá blá blá.

O ap. da residência universária, segundo o site, tem 12 m², mais ou menos o tamanho do meu quarto no Brasil, e custa 350,00 euros por mês. A ducha é dividida com o quarto ao lado.

Sobre os estudos, parece que o bicho pega em Física Quântica e Análise no primeiro ano. Acho que vai ser bem útil ter feito o verão no IMPA. Tanto pela Análise, quanto pela Álgebra Linear, já que os franceses tem mania de notação matricial. Enfim, 90% dos leitores desse blog não tem interesse nesse parágrafo. :)
O inglês é obrigatório lá, o que é interessantíssimo, pois, à medida que eu aprendo francês, eu esqueço inglês.

Existe um estúdio de música dentro da École, que eu posso abrir com a chave do meu quarto (qualquer hora do dia! :D). É dividido em duas partes, a primeira voltada para música clássica, e a segunda é um espaço para ensaio de bandas, com amp's, bateria, etc.. Isso é quase um sonho! Apesar de ter comprado um violão, estou com muita saudade de tocar guitarra.

Sobre os esportes, tenho mil opiniões favoráveis e mil opiniões não favoráveis à jogar Rugby.
Quem conhece sabe que eu amo Futebol, mas dos meus 13 anos pra cá, eu sou um cone. Dizem que porte físico é o único pré-requisito do Rugby, e que o pessoal coincide com a galera que gosta de festa, fora que o esporte é muito legal. Tenho tentado ler um pouco sobre as regras e ver alguns videos no Youtube.
Normalmente, união é uma vantagem, mas dizem que os caras do Rugby nas Écoles são "unidos demais". Não que sejam gays, até porque eu nunca tive preconceito com um, se ele souber respeitar, mas dizem que as brincadeiras deles são bem inconvenientes.
Enfim, acho que vou jogar. Se o "lado negativo" falar mais alto, mudo de esporte.

Outro lance legal é o das associações. Dizem que, na ECP, tem associação de tudo.
Mágica, festas, poker, música clássica, degustação de vinhos, etc.. Tem de tudo!

Enfim, voltarei a escrever quando chegar lá.
Vai ser legal deixar registrado aqui em palavras o que eu acho agora, para fazer uma comparação posterior.

Voltando ao meu sábado, quando chegamos no parque, sentamos, e lá ficamos a tarde toda tocando violão e cantando.
Esse é o tipo de coisa que eu sempre achei muito legal, e é impossível fazer em Fortaleza, como os meus caros leitores conterrâneos devem saber.

Depois de lá, fui com o Fetter para o L'Academie. Eram 17:00, minha carona ia me pegar na estação às 19:15 e eu não tomava uma cervejinha a uma semana. Nada mais justo!
Tomei 3 Kronembourgs (essa é a "Skol" francesa, pois, entre as mais baratas, é a melhor) e ganhei um "Monaco", bebida vermelha que eu não conhecia, e muita gente bebe lá.
Assistimos lá uma partida de Rugby em que o time da Áustria destruiu o da África do Sul. Sinistro!

Voltei para casa, onde passei o resto da noite.
Yes, we can. Consegui ficar sexta e sábado à noite em casa.
Tudo por uma Roma mais iluminada!

Acordei tarde hoje, Domingo, e perdi a carona para Vichy.
Estudei, comi qualquer besteira e comecei a revirar meu computador.
Lembrei então que não tinha passado os videos e fotos do Atomic Sheep Reunion (ensaio de despedida da banda) para o pessoal. Nostalgia pura!
Seguem então dois videos contendo trechos do ensaio, no melhor estilo trash que marcou nossos 7 anos de existência. kkk



quinta-feira, 22 de julho de 2010

"Ne me quitte pas.."



Passagens para Roma, bem como o albergue, já foram pagos!
Chego lá dia 30 desse mês, no fim da tarde.
Resolvi tudo ontem à noite.

Acordei hoje relativamente disposto, mas não o suficiente para ter a manhã que eu tive e continuar de bom humor até a hora do almoço.
A aula da manhã hoje bateu recorde de chatice. A professora realmente é uma enrolona. Não tira dúvidas, gasta meia hora da aula com apresentações toda vez que chega um aluno novo (quase todo dia) e não tem domínio da própria lingua (escreveu "acool", invés de "alcool"). Perdi a paciência, e ela percebeu. Semana que vem vou para um nível mais alto, ou até para o mesmo nível, mas com outra professora.

Almocei no RU, conversei um pouco com os outros brasileiros e fui descobrir onde era minha nova sala da tarde.
O novo atelier é MUITO bom. É de escrita, mas você acaba aprendendo muita gramática.
Contamos hoje alguns contos brasileiros. Foi útil e simples. Espero que continue assim.

Fui na estação comprar uma passagem para Lyon (o vôo para Roma sai de lá) e acompanhar os outros brasileiros que ainda não tinham feito a carte 12-25.
Se você, leitor desse blog, resolver estudar na França, fica a dica: Faça a carte.
Em um fim de semana viajando, eu recebi o valor que eu paguei por ela (50 euros) em descontos de passagens. A duração é de um ano!

Provavelmente não vou mais para o sul esse fim de semana. Já está tudo pago para o próximo, e nós vamos para a Suiça no dia 7. O grande lance agora é economizar!
Tenho estudado muito e gastado pouco. É a única forma de continuar viajando!

Hoje aconteceu uma coisa legal!
Quando voltava para casa, aquela música, "Ne me quitte pas", que fez muito sucesso no Brasil, tocou no rádio. Entendi quase tudo!
É muito bom ver que o francês está evoluindo. Cheguei aqui sem falar quase nada, e já consigo sobreviver. É bem mais fácil quando se mora com uma família francesa (como eu farei até o fim e Agosto), mas tenho me dedicado muito.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Un petit peu ennuyé.."

Enfim, não tenho muita coisa nova para escrever.
Não aconteceu nada de interessante de segunda até aqui.

Não vou mais para Salzburg no fim de semana encontrar minha mãe, porque ir de trem é loucura (perderei 24 horas somando ida e volta) e os vôos saindo de cidades próximas (Vichy não tem aeroporto) são absudamente caros, já que as empresas mais baratas (Easyjet, Ryanair, etc..) não operam lá.
Sendo assim, talvez vá para o sul da França com a mesma galera do fim de semana passado. Nice, Monaco e St. Tropez.

As aulas estão cada vez mais chatas. Apesar do nível da nova turma da manhã ser melhor, a professora é bem pior. Não falto, e vou continuar sem faltar, porque os bolsistas tem uma certa obrigação, mas a vontade é grande. Vou trocar mais uma vez de turma à tarde, dessa vez para um atelier de escrita. Espero que melhore, mas estou quase perdendo as esperanças.

Vou encontrar o Ramon, um amigo de Fortaleza, em Roma, dia 30 desse mês.
Provavelmente vou comprar as passagens hoje!

domingo, 18 de julho de 2010

Sábado em Annecy / Domingo em Grenoble!



(Notem a sátira em relação ao video passado que eu postei aqui. kkkk)

Acordamos bem atrasados, nos arrumamos e corremos para a estação, para ir à Annecy.
Conseguimos pegar o trem, e encontramos vários outros brasileiros que iam também.

Ao chegar lá, por volta de 11 da manhã, não foi necessário andar 500 metros para ver o tanto que a cidade é linda.
Ainda não conheço Veneza, na Itália, mas pelo que vi em fotos, é muito parecido.
Inúmeros bares e restaurantes, um riacho que corta a cidade, construções antigas seguindo o mesmo padrão, um lago com a água incrivelmente transparente, muitos turistas e um tempo que, apesar de nublado, estava bem agradável.

Após ir até o castelo (maior perca de tempo de Annecy) e dar algumas voltas pelas ruelas da cidade, fomos ao lago. Logo de cara, um barco/restaurante. Fantástico!
As montanhas ao fundo fazem parte da beleza do lugar. Quero voltar lá no inverno, para ver aquilo ali coberto de neve.
Decidimos alugar uma lancha. Sem dúvidas, foi o melhor do fim de semana.
Não saiu caro. Para cada pessoa, saia 9,40 por hora. Reversamos na direção (que é simples, mas bem diferente do que eu imaginava), paramos no meio do lago e fomos tomar banho. Muito bom, apesar do cansaço que é nadar contra a correnteza sem poder pisar no chão para voltar ao barco logo e não pagar duas horas de aluguel!

Ao voltar, esperamos alguns amigos do pessoal e fomos para o Quik (uma rede de fast-food francesa, no estilo Mc Donalds / Burguer King que tem preços bizarramente baratos para estudante. Ainda bem que não tem em Vichy, porque eram alguns quilos a mais na certa!). Compramos a comida e fomos comer em um parque, próximo do lago.
O tempo fechou, e nós rodamos pela cidade, de lojas à bares, para esperar a hora do trem.

Enfim, Annecy é fantástica. Recomendo fortemente!






Voltamos para Grenoble, passamos no Carrefour para comprar comida, cozinhamos na casa do Panda, jantamos, combinamos de sair e.. acabamos dormindo!
O cansaço falou mais alto.

No domingo, acordamos na hora do almoço.
Comemos e fomos para um lago, mas perdemos o ônibus e acabamos ficando por Grenoble.
Não fomos para Chamonix, pois o teleférico lá está absurdamente caro, não está rolando sky e várias pessoas falaram que não compensa passar só um dia lá.
Subi no teleférico de Grenoble, para a Bastilha. Lá, tirei algumas fotos e desci.
Fomos para um barzinho tomar uma cerveja e voltei para Vichy.
M. Robert já me esperava na estação quando cheguei.

Sexta em Grenoble!




Acordei na sexta-feira um pouco depois do que pretendia, e acabei tendo que terminar de arrumar as coisas para viajar com pressa (o que me fez esquecer algumas coisas, como uma toalha, por exemplo).

Encontrei o Renan na estação, e partimos para Grenoble.
Almoçamos no trem (o pessoal aqui de casa tinha feito umas coisas para eu levar), trocamos de trem em Lyon e, ao chegar no destino final, já tinha gente nos esperando.
E olha só que coincidência interessante: Eu conheci um deles, o Panda, duas semanas atrás, quando, em Lyon, vi que ele era brasileiro e pedi que ele tirasse uma foto. Não é só Fortaleza que é "um ovo" não, meus caros.

Partimos para a casa do Panda, deixamos as coisas e fomos para um racha. Decidi não jogar, e fui de calça, o que acabou sendo uma péssima escolha, porque joguei.
Dessa vez não era como quarta-feira, e a galera jogava bola bem. O Harbs, que também tava na casa do Panda, quase jogou no profissional do Juventude.
Parece brincadeira, mas fiz outro gol. Dessa vez, recuaram na hora de bater o meio e eu tentei ser "gaiato" e botar de cobertura. Deu certo. Quem estava perto começou a rir, porque parecia absurdo um cara tão ruim acertar um chute assim.

Compramos umas cervejas, voltamos para casa, nos arrumamos, detonamos as cervejas (Aleluia! Bebi cervejas geladas aqui) e saimos para conhecer o centro de Grenoble.

Diversos bares e restaurantes, muito iluminado e tudo para todos os gostos. Muito legal!
Comemos um taco em um Kebab (estranho, não?). Na teoria, vinha com batata-frita. Já ia perguntar por ela, quando dei a primeira mordida. A batata vinha dentro do taco. Estranho, não?

Acabamos não entrando em nenhum pub, e só ficamos rodando pelo centro. Nada de espetacular, mas era necessário esticar pouco a noite, já que o trem para Annecy saia 09:20.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Brasil x França!

Acordei hoje, 07:30, e fui ao Cavilam.
Troquei de turma, e agora minha aula é no St. Dominique, o prédio mais distante e mais acabado do Cavilam. Foi bom, porque o nível da turma é realmente maior.
Almocei (frango empanado e cous-cous), descansei e fui para a aula da tarde.

Depois de uma aula chata, como de costume, fui para uma reunião dos bolsistas Eiffel com o Presidente de Relações Internacionais das Écoles Centrales.
Foi espetacular, pois o cara, que é americano, é gente boa, fala um francês bem claro (entendi 100% do que ele disse) e esclareceu dezenas de dúvidas.
Fiquei sabendo hoje que a ECP é a segunda do ranking das Écoles de Engenharia na França.
"J'ai bonne chance", comment il a dit!

Depois da reunião, fomos para a degustação. Vinho, queijos e frios. Hoje foi menos farto, mas tinha uma variedade maior. É incrível como me adaptei bem à comida francesa. Não que seja difícil, mas eu passei muito tempo defendendo assiduamente a comida brasileira.

Voltei para casa, jantei e tive a melhor notícia do dia:

09 de Fevereiro de 2011: Brasil x França, no Stade de France, em Paris.

Já reservei meu ingresso no site da federação francesa (www.fff.fr)!
Vai ser simplesmente FODA!

Estou arrumando minhas coisas agora.
Vou viajar amanhã, às 12:29, e só devo vos escrever agora na segunda-feira.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pedalou, tirou do marcador e.. Gol!



Ontem, pela noite, tive um problema pessoal (eu saio do Brasil, mas o Brasil não sai de mim), e acabei demorando muito para sair.
Por isso, ao chegar no Tahiti Plage, bar bem legal que fica na beira do rio, já estava fechando, e boa parte dos brasileiros já ia embora.
Andei até o L'Academie, próximo da estação de trem, tomei dois mojitos (espetaculares, por sinal) e voltei para casa, de taxi.
Eita programão sem futuro!

Acordei 11 e qualquer coisa hoje, me arrumei e fui encontrar os brasileiros.
No caminho, passei em uma padaria e comprei duas fatias de pizza. A primeira, de fromage, foi a pior coisa que eu já comi na vida. A segunda, de kebab, foi a segunda pior coisa que eu já comi na vida. Comi um pedaço de cada, e joguei fora. Quem conhece sabe que eu não sou de estragar comida!

Ao encontrar os outros, fomos ao estádio de Vichy, que fica aproximadamente a 2 km do Cavilam.
Ao chegar, descobrimos que o torneio de futebol, programado para 13:00, não era lá.
Andamos mais um bocado e finalmente, depois de muita procura, achamos o local.

Eram quatro times de oito pessoas, que jogaram entre si. No fim, os dois primeiros jogaram a final e os dois últimos jogaram a disputa do terceiro lugar.

Não vou contar aqui nada sobre as três últimas partidas, porque perdemos todas, mas a primeira mereceu destaque.

- Versão 1:

Vencemos por 3x2. Fiz um gol, o primeiro do time. Pedalei, driblei e chutei.

- Versão 2:

Vencemos por 3x2. Fiz um gol, o primeiro do time. Na tentativa de uma pedalada estupidamente desajeitada, acabei passando do marcador. Chutei então absurdamente fraco, e já comecei a dizer: "Foi mal galera, foi mal". Quando ouvi os outros comemorando, entendi que o goleiro do outro time tinha tomado um frango ridiculo.


A versão um não deixa de ser verdade, mas ninguém que me conhece ia acreditar se eu colocasse só ela.

Após o racha, raios e trovões. Andamos até o Cavilam, esperamos a chuva dar uma tregua e fomos, eu e o Renan, para a estação de trem, onde compramos a passagem para viajar na sexta-feira.

Apesar de ser 14 de Julho na França, e de haver várias celebrações pela cidade à fora, vou ficar em casa. Estou realmente cansado.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Esquiar no verão? Oui!

+ Segunda-feira:

Dia absolutamente normal.
Acordei 08:00 com o despertador, e tive a melhor notícia do dia: Não tem aula no Cavilam segunda-feira pela manhã.
Volto ao sono e acordo novamente 11:30, quase na hora de sair.
Tomo um café-da-manhã-em-hora-de-almoço, que acabou me fazendo não comer no RU quando encontrei os outros brasileiros, e espero até a aula (que na segunda é só 14:30).

Após a aula, fui na estação com outros brasileiros, e pra variar, ninguém decidiu nada. Não compramos nenhuma passagem para o fim de semana

Volto para casa, tenho um jantar legal (salada na entrada, carne de coelho e torta de legumes com queijo no prato principal, quejos e um magnum na sobremesa), estudo e durmo.

Esse sim foi o dia mais rotina possível desde que eu cheguei até aqui.

+ Terça-feira:

Acordei, tomei um café-da-manhã decente no horário correto e fui para a aula.
Hoje fui informado que vou para uma turma mais avançada pela manhã, e que a professora iria sugerir que eu fosse para uma mais avançada pela tarde também. Ótimo, porque já não aguentava mais. Meu francês ainda tá looooonge de ser bom, mas melhorei bastante desde que cheguei aqui. Falar/entender é fácil. Difícil é, conseguindo se comunicar e devendo supostamente estar de férias, ter paciência de estudar gramática e ler os mesmos textos dez vezes para compreender.

O almoço hoje foi carne de hamburguer, fritas e espinafre. Nada saudável, mas muito bom.
Na sequência, a velha graminha na frente do Cavilam.

Após a aula da tarde (que trocou de professora), me convenci que deveria MESMO mudar de turma pela tarde também. Os chineses são umas gramáticas ambulantes, mas falam absurdamente mal, e a professora nova é lamentável.

Decidi hoje, com Renan, um amigo do Paraná, a viagem do fim de semana.
Vamos para Grenoble, no "pé" dos Alpes, na sexta-feira, onde ficaremos na casa de uns amigos dele.
No sábado, vamos para Annecy, que é uma cidade linda na fronteira entre a França e a Suiça. Os jogos de inverno de 2018 vão ser lá!
No domingo, Chamonix Mont Blanc, que é no topo dos Alpes. Lá é possível esquiar mesmo no verão, pois a neve é eterna.
Se der tempo, e acho que vai dar, passamos em Genève, pois vamos voltar na segunda pela manhã.

Vou jantar agora, e devo ir para o "Tahiti Plage" hoje, que é um bar muito legal na beira do rio, aqui em Vichy.
Antes que os críticos comentem algo sobre o assunto, amanhã, 14 de Julho, é feriado na França.
Foi o dia em que os revolucionários, em 1789, invadiram a prisão da Bastilha.
Quem me conhece sabe facilmente que aprendi isso essa semana. kkk

Seguem abaixo fotos de Annecy e Chamonix:

- Annecy:



- Chamonix:

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Clermont Ferrand



Acordei (com uma ressaca inacreditável), tomei um rápido café da manhã e fui me arrumar, pois iria almoçar e encontrar os brasileiros para ir à Clermont Ferrand, capital do estado que estamos, Augergne.
Todos disseram que era furada, pois tudo fechava no Domingo, mas como já havia pago, não pude deixar de ir.

Almocei em uma padaria, onde aconteceu uma cena engraçada.
Pedi um salgado bonito e quando vou morder, totalmente empolgado, pois estava morrendo de fome, descubro que era um salgado de carne gelado.
Não vou mentir.. comi todo, porque tinha fome e não foi barato, mas é bem estranho.
Enfim, inútil.

Ficamos (eu e os brasileiros) por uma hora e meia sentados na grama do Cavilam, até a hora de ir.
O ônibus, ruim como sempre, dispensa comentários. Uma hora de viagem no calor.
O problema de ter invernos difíceis é não achar ruim que esteja absurdamente quente.

Chegando em Clermont Ferrand, passamos a tarde conhecendo igrejas, monumentos e lugares importantes.
A catedral de lá chamou muita atenção, porque é realmente fantástica (é fácil ver isso na foto).
Demorou 600 anos para ser construida. É quase um METROFOR!
Ficamos então um tempo no parque, e voltamos para Vichy. Apesar do cansaço, da ressaca e do calor insuportável, foi muito bom.

Voltei para casa, onde assisti a final da copa.

Muito nervosismo de ambos os times, MUITA pancadaria, muitos gols perdidos e uma partida que poderia ter tido qualquer das duas equipes como vencedora.
Parabéns aos espanhóis. A velha espanhola que mora comigo tá bêbada e falando besteira. Lamentável. :)

Ainda não tenho nada marcado para essa semana, mas no próximo fim de semana não devo ficar pelas redondezas.
Cansei um pouco da vida parada de Vichy, apesar de estar muito feliz aqui. Quero caos!
Fiquei com muita vontade de estar na Circodelic. Fazer o que, né? Cada escolha, uma renúncia.




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"Tristeza não tem fim, felicidade sim.."



Acordei (incrivelmente bem), tomei um banho e sai para almoçar com os brasileiros.
Nos encontramos, como sempre, no Cavilam, de onde partimos para encontrar algum restaurante.

Após alguns minutos de procura, achamos uma pizzaria, cujo nome não me recordo.
Pedi o bom, velho e nada criativo Carbonara.
Estava muito bom, até achar um cabelo no meu prato.
Olhando pelo lado positivo, foi interessante reclamar de alguma coisa em francês.
Trocaram, comi tranquilamente, e partimos.

Nessa hora, nos dividimos.
Fui com a Larissa na estação de trem encontrar um amigo dela que chegava, encontrar o "Filho do Sheik" e comprar as passagens para Genebra, e os outros brasileiros foram para o um parque, onde nos encontramos depois.
Acabamos nem comprando as passagens.

Voltei para casa e, nessa hora, caiu a ficha que todos os meus amigos e minha namorada iam para a Circodelic, em Fortaleza, e eu ia ficar em casa em pleno sábado.
É lamentável, mas é a vida.

Os donos da casa viajaram, e os filhos deles ficaram aqui, e chamaram os amigos.
Foi mais legal do que eu pensava, porque não paguei nada e comi/bebi muita coisa boa, aprendi os jogos que os franceses jogam para beber (diferentes do "0 à 100", que nós jogamos no Brasil), treinei o francês e toquei um pouco de violão.
Quando bateu o sono, resolvi dormir.
Fazia muito tempo que eu não tinha um sábado tão parado!

Mais uma noite na metrópole de Vichy!



(Repare a cara de cada brasileiro e a pose da gringa que se meteu na foto de última hora)

Como estou escrevendo no domingo, já não me recordo tão bem do que aconteceu durante o dia na sexta.
De toda forma, não deve ter rolado nada de interessante.

Lembro de ter seguido a rotina (café da manhã apressado com o chinês dizendo que vai chegar atrasado, aula da manhã boa, almoço legal, descanso na grama e aula da tarde horrível), e depois ter ido com o chinês na Orange, para ajudá-lo a comprar o celular.
Depois disso, acho que estudei um pouco e fui para casa.

Jantei, conheci o filho dos donos da casa e fui me arrumar para a "Soirrée" do Cavilam.
Uma hora depois, eu chegava na festinha.
Ao contrário do que eu pensei, não era no mesmo lugar. Dessa vez era em um lugar fechado, com bem mais pessoas e rolando.. Música eletrônica.
Por mais chacota que fosse (indo de um House decente até aquelas porcarias que tocam no rádio), era melhor do que a Macarena, que rolou na sexta passada.

A cerveja custava 3 euros, a dose de tequila 4 euros e a dose de whisky 12 euros. O que eu bebi? Cerveja. Até porque estava gelada. Ou sou eu que estou me acostumando? haha :)
Passei a noite conversando com os brasileiros e assistindo os empolgados mexicanos e angolanos reversando uma dancinha tosca ao redor do pole dance.
Sem brincadeira, tinha gente de mais de 50 nacionalidades ali. Isso é muito legal!

Após um número elevado de cervejas, não lembro bem como, mas tomei o lugar do DJ.
O infeliz estava tocando com um Mixer e o Virtual DJ (apesar da quantidade absurda de equipamentos bons que tinha lá), e tinha as mp3 bem organizadas no PC. Isso facilitou que eu não fizesse besteiras (muitas).
A brincadeira durou aproximadamente meia hora, ou pouco mais.
Infelizmente, não gravaram videos, mas em breve coloco as fotos no orkut.
De certa forma, é até bom, porque tenho alguns amigos que não achariam a coisa mais legal me ver mandando umas tracks do David Guetta. haha :)

Acompanhei, junto com uma galera, algumas brasileiras até suas respectivas residências, pois Vichy é menos seguro do que se imaginava a principio.
Encontrei, por coincidência, o chinês que mora comigo (Roy, que acredita fortemente que seu nome em português é Bartolomeu), o que me fez economizar dois terços do preço do taxi, já que ele estava com uma amiga que morava perto da nossa casa.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Dias tensos, noites calmas.



Bem, um dia um tanto quanto estressante, mas que terminou muito bem.
Engraçado! Se eu comparar o conceito de stress aqui em Vichy com os que eu tinha no Brasil, dá até um prazer. Cidade pequena tem suas vantagens.

Acordei, tive uma aula legal pela manhã (onde, por falar inglês, tive que pagar uma prenda, cujo video não será publicado), almocei no RU e fui olhar os planos de celular na Orange. Muito legal, mas nem tudo na vida é tão fácil quanto parece.

Após a aula da tarde, ruim como sempre, voltei à Orange para fazer o plano do celular.
E ai começou a complicar.
Primeiramente, o visto, que não tinha duração suficiente. Depois, o "RIB" do banco, que eu tive que correr lá para imprimir (se fosse em uma cidade maior, provavelmente o banco não seria na mesma rua da única loja de celulares), e por fim a mudança de endereço que vai acontecer quando eu for para Paris (o que já tem data certa: 30/08).
Isso tudo, claro, acompanhado de um debate entre uma francesa impaciente (atendente) e o jovem que vos fala, que tem 11 dias de francês, muito bem aproveitados.

Decidi por um Nokia N97, com um plano com SMS/Internet ilimitados e quatro horas de ligação por mês (duas delas somente no fim de semana). O celular saiu por um euro, e o plano por uns 50,00 mensais. Acho que valeu a pena, tendo em vista que é bem improvável que dois caras de bicicleta te abordem com o velho "Passa o celular vagabundo" em Vichy.

Com uma certa pressa, consegui chegar na hora da degustação de queijo/vinho, o que compensou muito.
Ao contrário do que me disseram que seria, foi extremamente farto. Uns cinco tipos diferentes de queijo, que sobraram no fim, e dois barris de vinho (rouge e blanc). Não foi bem uma degustação, foi mais uma "mesa-de-bar" mesmo.

Voltei para casa, jantei (mexilhões na entrada / salmão no prato principal / frutas da estação na sobremesa), passei um bom tempo apanhando do celular (e da Orange) e agora vos relato meu dia. :)
Agora que tenho uma conta no banco e um celular, me sinto "mais gente".

À propósito, meu número é: 06 72 97 32 10

p.s: A foto acima tem caráter meramente ilustrativo. Não quis deixar sem nada, e ainda não peguei as fotos de hoje com o Farias Victor.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Puy-de-Dôme



Bem, hoje foi extremamente cansativo, mas bastante proveitoso.

Após a tradicional aula matinal, almocei no "RU" e fui ao banco, pegar meus cartões. Agora sou gente na França!
Voltei então para a aula da tarde, que foi a pior que eu já tive desde que cheguei aqui. Nada de preconceito com os coreanos (que, por sinal, são muito legais), mas é absurdamente ruim estudar com eles.

Após a aula, quase todos os brasileiros foram ao ponto de encontro da excursão para Puy-de-Dôme, uma montanha que é o lugar mais alto de Auvergne, estado onde eu moro temporariamente.

Ao chegar lá, após uma hora jogando truco no ônibus (tão insuportável quanto o de Lyon), nos deparamos com uma subida bem ingreme de 2 km (pouco mais, penso eu) pela frente. FOOOOOOODA, mas é muito bom quando você consegue uma coisa que jurou que iria desistir. Foi bem difícil subir aquele negócio.
Parece brincadeira, como nos outros posts, mas lá parece muito com o Pico Alto, na serra de Guaramiranga. Incrível a semelhança!

Aproveitamos um pouco o clima bom lá de cima antes de descer, porque está INSUPORTAVELMENTE quente em Vichy.
Ouvir isso de um cearense é difícil, acredite.

Na volta, o momento mais legal. Todos os brasileiros começaram a cantar, e acabaram embalando o resto do onibus (mexicanos e chipriotas). Muito bom!

Comemos o bom e velho Kebab na volta, tomei UMA cerveja (Carlsberg) no L'Academie (melhor bar da cidade, penso eu) e voltei para casa.

Amanhã vou participar da degustação de queijos e vinhos. Très bon!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Altos e baixos.

+ Ontem, segunda-feira:

Dia difícil. Nada de novo, sentimento de melancolia continuo.
Falei muito com o pessoal no Brasil.
Não estudei, não me diverti, não fiz nada de interessante e prefiro deletar esse dia da minha vida.
Me inscrevi para o passeio ao Puy-de-Dôme na quarta-feira, que é um vulcão inativo (eu espero), bem como para as aulas de degustação de vinho/queijo de quinta-feira e para o passeio à Clermont Ferrand no domingo.
O que salvou foram as longas horas de conversa com a Lana no Skype. Bendita tecnologia, que une e destroi.

+ Hoje, terça-feira:

Maravilha de dia! Como é bom sair da "merda".
Acordei bem, tive uma aula muito boa pela manhã e encontrei os brasileiros para almoçar.
Chegou uma galera gente boa da Unicamp no Cavilam. Um salve ai pra eles!
Após o almoço, sentamos todos (ou quase todos) na grama da frente do RU, indo depois para a aula, onde tive que encenar uma peça com uma australiana sobre uma briga de casal. Foi legal!

Houve então a reunião dos bolsistas Eiffel, onde nos disseram as obrigações/direitos/blabláblá que nós temos. Foi legal, mas ninguém entendeu 100% a mensagem.

Fui então para a estação de trem, fazer o cartão 12-25, que dá direito a até 60% de desconto em viagens de trem. Esse fim de semana promete! :)
Acho que o destino mais provável é o sul.. Nice / Monaco!

Tive, como sempre, um jantar maravilhoso (Guacamole francês com pães na entrada, Cozido de carne e Batatas cozidas no prato principal, a velha tábua de queijos na "saida" e um mousse de chocolate divino de sobremesa).

domingo, 4 de julho de 2010

Nostalgie du Dimanche!

Hoje aprendi a falar "saudade" em francês.
Domingo é foda. Ou você estica (e adia a melancolia para segunda), ou fica nessa.

Acordei por volta de 09:30, estudei um pouco e falei com a Lana e me arrumei para ir encontrar os brasileiros.
O encontro era marcado para 12:00, e cheguei 12:15. Ninguém me esperou. Très bon! Domingo, sozinho em terras alheias!

Após andar um pouco pelos parques, na beira do rio, encontrei um restaurante italiano, "La Bambache".
Sem brincadeira? Foi o melhor spaghetti à carbonara que eu já comi. Merecia uma compania, porque almoçar sozinho é lamentável, ainda mais quando a saudade de casa começa a apertar.

Voltei aos parques, e passei a tarde estudando francês (sem livros). Decorei uns cinco tempos verbais de uns cinco verbos importantes. Pelo menos a solidão teve sua utilidade.
Encontrei a Larissa perto do Cavilam, e ela falou que as pessoas iriam se encontrar novamente 17:30 lá.
Andei muito pela cidade, e fui à um bar, o "Vichy". Lá, bebi uma ou duas (ou três) cervejas, e esperei a hora de encontrar os outros.
Fomos então à um parque, o "Celestins", onde fiquei esperando a hora da carona para voltar para casa.
Tive um jantar espetacular (como sempre), toquei violão a noite toda, e agora vou dormir.

Começo a achar que nem tudo é só felicidade. Hoje foi um pouco melancólico.
É até chato ler os outros posts e descobrir que hoje foi um dia sem nada novo, diferente dos outros.
De quebra, está absurdamente quente.
Desculpe a "emozagem", mas é isso ai. "Amanhã vai ser outro dia.."

Falando em Chico Buarque, traduzi "Cotidiano", dele, para o francês. Tem um amigo meu que vai lembrar disso! Quando eu tirar os erros (que giram em torno de 8260, segundo o último data folha), eu posto.

sábado, 3 de julho de 2010

Lyon


Então.. se você não leu o post passado, é altamente recomendável ver o finalzinho, na parte "Situação: ...".

O onibus para Lyon era estupido. Absurdamente quente (é o dia mais quente da história, pode ter certeza), com uma distância minuscula entre os bancos. Enfim, o cansaço era tanto que consegui dormir um bom pedaço da viagem de ida.
Ao chegar, engarrafamento insuportável até o Teatro Romano. Não entramos, só tiramos umas fotos de cima.

Fomos então à Igreja de Lyon. Muito bonito! Essa instituição, apesar dos pesares, tem bons arquitetos. Com grana é muito fácil, né?
Depois disso, conhecemos alguns outros monumentos e fomos deixados livres na praça central da cidade.
Avistei uma loja de música e pensei: "Com certeza vou levar alguma coisa."

Almoçamos no Mc Donalds. Comi o bom, velho e nada original Big Mac, só com a tal batata Deluxe, que não chegou em Fortaleza ainda. Comer mal também tem seu valor!
Conheci algumas outras construções bonitas, mas o que impressiona em Lyon são as pontes e a cor do rio. É lindo pra caraaalho!

Nessa altura, eu ainda estava muito preocupado com o fato de não ter dado notícia em casa, estar a 200 km de distância e não saber meu endereço e meu telefone. Foda, mas é isso ai.
Me separei do resto do pessoal e, no balcão de informação turística (que, por sinal, é um show à parte), descobri uma lan para ir.
Ao chegar, foi um choque. Primeiro, que só custava 4 euros por hora, tinha ar condicionado e não eram computadores, e sim notebooks. Segundo, porque encontrei revistas e jornais de todo o mundo, e atualizadas, como a Veja, ou a Time, para se ler gratuitamente. Esse é o real Cyber Café, não aquelas merdas que tem no Brasil.
Após dar notícia pra Lana e usar o amigo googolino-da-silva pra achar meu telefone, tomei um cappuccino e sai de lá para a praça, que era o ponto de encontro para voltar para Vichy.

Não resisti e acabei comprando um violão. A loja era muito boa, e tinha muita coisa com preço bom. Minha guitarra lá, após converter para real, dava 2/3 do preço.

Enfim, cheguei em casa depois de uma péssima viagem de volta e mais de 24 horas fora de casa.
Posso até reclamar do múltiplo azar, que começou com a derrota do Brasil, mas eu não vou mentir.. a saudade de uma esticação era grande!

Amanhã vai ser um dia tranquilo.
Eu acho.

C'est la vie, oui?


Então.. finalmente emoção nessa viagem!

Ontem, sexta-feira, acordei e fui para a aula. Foi tenso, porque tava bem ansioso pelo jogo do Brasil. Até a hora, ninguém sabia onde ver.
Fomos então para o um bar bem pequeno (20 brasileiros) próximo do Cavilam.
Lá, bebi algumas (muitas) cervejas e acompanhei uma partida lamentável da seleção brasileira.
Durante o primeiro tempo eu falei duas coisas estupidas:

- Faz tempo que não vejo o Brasil jogar tão bem
- Felipe Melo dando assistência? Incrível. O Dunga tem a força! Acertou em cheio!

Enfim, nem preciso comentar o fim da história.
A coisa mais conhecida do Brasil ao redor do mundo é o futebol. Logo, todo mundo que sabe que eu sou brasileiro fez questão de tirar sua onda.
Lamentável. Essa é sua definição, Felipe Melo.

O mais chato, com a eliminação do Brasil, é que não vão acontecer mais encontros dos brasileiros como esse. Foda!

Depois do bar, jurei que ia parar de beber até a "soirrée", à noite.
Mas, como nem tudo na vida são flores, meus "pais", quando foram me pegar, me levaram para um bar ao lado da estação de trem, porque eles iam se despedir da nora, que ia viajar.
Resultado: Fui para a soirrée separado dos outros brasileiros, e fiquei um bom tempo aturando a gringarada tirando onda por causa do jogo. Fodam-se!

A soirrée foi bem parada, porque ainda não chegaram todos os estudantes do Cavilam.
É uma espécie de festinha tosca para entrosar os alunos, mas beber whisky por três euros é raridade, então, como diz uma amiga, "vamo com tudo!".
Após uma noite parada, jurei que pegaria um taxi e iria para casa. E foi ai que começou o drama.

Fui a um clube, o "Flamingo", pois lá haveria como pegar um taxi. Na saida, pedi que o segurança chamasse um, e ele o fez.
Esperei 20 minutos e enfim ele chegou.. NOOOT! Era para outra pessoa.
Mais 20 minutos e.. nada!
Voltei para a recepção e descobri, após outra ligação, que nosso amigo taxista tinha esquecido de ir me pegar. Très bon!
Após mais 20 minutos, eis que finalmente o taxista certo chega. Entro no taxi e, muito cansado, durmo.

Meia hora depois, ou seja lá quanto tempo se passou, acordo, e me deparo com o valor de CINQUENTA euros no mostrador.
O taxista me disse então que não sabia como chegar, e que iria me deixar gratuitamente no local que tinha me pegue.
Lá, ele ficou com o papel do endereço da minha casa, dizendo que ia pegar o GPS que tinha esquecido em casa.
Resultado: Eu durmo na calçada do "Les Quatre Chemins", que é o principal centro comercial de Vichy e provavelmente nunca mais vou ver esse taxista.
O detalhe é que eu não tinha mais o endereço, nem o telefone, da minha própria casa. Foda, não?

Após 5 minutos de "sono", ou pouco menos que isso, um cara mais bêbado que eu me acorda e diz: "Alons, il a plus bièr là. C'est à la prochaine rue".
Eu, que sou brasileiro e não desisto nunca, topo.
Encontro então dois carros batidos na próxima quadra, e uma cena tosca. Os caras, que bateram seus carros, se abraçando e cantando músicas toscas em francês.
Um deles disse: "Je m'appelle Nicolas Sarkozy, mais vous pouvez m'appeller seulement Nicolas". Foi ai que eu vi que tava em casa!

Quando contei minha história, tudo que eles disseram (cantaram) foi: "Tu vas dormir dans la rue. You are fucked!". Bem legais, né? Realmente tô em casa.
Já era muito tarde para voltar pra casa antes de ir pra Lyon (o encontro era às 7:30), e mesmo que eu quisesse, não tinha como. Sem endereço/telefone, sem acesso à internet, bêbado e sem celular você não consegue muita coisa na vida.

Encontrei então dois amigos meus da Albânia, que eu chamo de Hermione e Harry Potter (porque um parece mesmo com o personagem, e o outro eu chamo de Hermione pra sacanear), que procuravam algum canto pra comer.
Achamos uma "boulangerie" aberta e comemos o bom e velho sandubão.
Vi então uma brasileira indo para o ponto de encontro para ir à Lyon. O resto fica para o próximo post!

Situação: Com 2 euros no bolso, bêbado, sujo, sem ter avisado aos meus "pais" que não ia dormir em casa e sem telefone/endereço de casa. É mole?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Aviron!


Bem, hoje foi um dia completamente diferente do que eu podia ter no Brasil.

Ao acordar, a mesma coisa. Atraso e aula pela manhã no Cavilam.
Almocei muito rápido no RU (beringela, frango empanado e batata frita) e fui estudar. Tava devendo duas tarefas de casa e precisava fazer no horário do almoço.
Fui então ao Atélier, que foi uma MEEEEERDA hoje. Nada contra os asiáticos (até porque eles são maioria e são muito legais), mas apesar de eles saberem mais gramática que eu, eles falam muito mal, e atrapalha muito.

Depois das aulas, fiquei conversando um pedaço com o pessoal no saguão, e começou a parte interessante do dia.

Fui remar no lago. O lugar que guardava os barcos era enorme, e tinha uma quantidade absurda de barcos e remos. Eu, gauchos, paulistas e cariocas (na verdade, carioca) fomos no mesmo barco, com o instrutor. Muito legal!
Bastante cansativo, mas foi algo que eu jamais faria no Brasil. Oito pessoas tendo aula de remo e tentando fazer aquelas porras de 5 metros se movimentarem sincronizadas. Eu não sabia, e me desculpe a ignorância, mas aquele movimento bonito e estranho que eles fazem é fake! Tem uma cadeirinha que se move pra frente e pra trás dentro do barco. Enfim, informação inútil.

Depois do remo, fomos tomar uma (literalmente uma :\) cerveja em um bar no caminho, na beira do rio (o da foto). Lugar lindo e cerveja relativamente gelada, para os padrões locais. Engraçado, me desculpe a ignorância novamente, mas aqui você paga as coisas na hora que elas chegam, nesses locais abertos. No mochilão que eu fiz da outra vez não me deparei nenhuma vez com coisas assim.

Voltei então para casa, onde jantei lá fora. Diariamente me surpreendo com a sorte que dei. A familia, além de ser muito gente boa e me ajudar muito com o francês, tem uma "mère" que cosinha muito bem. Tenho me apaixonado pela cozinha francesa.

Amanhã, todos os brasileiros vão ver o jogo em algum bar pela cidade, voltar para nossas casas para jantar e se arrumar e vamos então a primeira "soirée" dos alunos do Cavilam. É uma espécie de happy hour.

É isso ai, mas a melhor parte é que o Ceará Sporting Club venceu por 2x0 o adversário tosco que enfrentou ontem.
Saudações alvinegras!

- Cervejas consumidas (o retorno!):

Não sei o nome, mas sei que o simbolo é vermelho com branco e tem "1646". Deve ser o ano de criação da empresa!