terça-feira, 31 de agosto de 2010

Enfim, Paris!

Enfim, Paris.
Depois de longos dois meses de espera, devo dizer que as impressões iniciais da vida que eu vou levar aqui foram as melhores possíveis.

No domingo, peguei o ônibus que a gente mandou para vir para a ECP.
Por incrível que pareça,a viagem foi ótima. Tinha um compartimento, como aqueles de trem, onde ficavam 4 pessoas, e foi bem mais confortável do que o normal.

Chegando aqui, alguns alunos estrangeiros (do Club TIME, que é a associação dos estrangeiros aqui da ECP) nos receberam e ajudaram com as malas.
Peguei o quarto G322 da residência. É o terceiro andar do bloco G.
Pelo que eu vi, dei sorte. Só tem eu e uma brasileira de estrangeiros no andar, e os franceses foram relativamente receptivos comigo.
Os blocos da residência ficam dentro do campus (2 minutos andando do bloco onde as aulas são ministradas), e tudo fica perto (campo de rugby/futebol, RU, prédios da universidade, etc..).
Em cada andar da residência, tem uma cozinha em comum, os banheiros e uma salinha de lazer. No caso do meu bloco, a salinha tem uns grafites na parede, uma mesa de jantar, alguns sofares, alguns guarda-sóis (wtf?! kkk) e muita bebida/comida solta pelas mesas.

Segue uma foto abaixo do campo e dos blocos de aula:




Ainda no domingo, consegui colocar internet (era necessário cadastrar algumas coisas) e jantei com o pessoal do TIME em um salão, onde fica o bar da école. Sim, aqui na França existem bares dentro das universidades.
Conheci várias pessoas, e fui tomar um chimarrão com os gauchos na salinha do andar de algum deles.

Na segunda, houveram aulas de francês nos dois turnos. Sinceramente, não fui, e não perdi nada. A professora era chinesa, não houve nada de importante e eu não aguento mais aula de francês. Me recomendaram bastante fazer isso.
Apareci para almoçar com os brasileiros no RU, e que surpresa positiva. A comida é excelente!
Dizem que, depois de um tempo, você enjoa, mas eu sou bem menos "fresco" com comida do que a média. Ter infinitas opções de entrada, pão, queijos, sobremesas e prato principal, além da água liberada, por 3 euros, mata qualquer necessidade de reclamar.

Uma foto do RU:




Organizei em parte meu quarto, mas ainda tá uma bagunça.
A lista de coisas que eu tneho que compar tá gigante, e minha conta já não é mais a mesma. Quem mandou viajar? kkk

Ainda segunda, houve a apresentação das associações, depois do jantar.
As associações e clubes são grupos de algunos com qualquer finalidade.
Tem associações de estudantes internacionais, brasileiros, de todo tipo de música, de mágica, de lego, de vinhos, de idiomas, de todo tipo de esporte, de poker, de "igualdade de chances", dos gays, de política.. enfim, são 150 oficiais. Não conheço nem 10% ainda. Isso se falar nos infinitos esportes diferentes que têm aqui.

Conversei um bom tempo com os veteranos brasileiros, e cada conversa dessa rende muita informação. Quanto mais eu descubro sobre a école, mas tenho coisa pra descobrir. Depois disso, voltei pro meu andar e fumei narguile com os franceses do meu andar.
Não vou dizer que eles são os caras mais legais do mundo, à principio, mas foram mais receptivos que a média.

Hoje, terça, acordei, tomei café da manhã e corri para resolver todas as burocracias da chegada. Me rendeu uma manhã bem estressante.
Almocei com os brasileiros, joguei um poker e vou voltar a organizar meu quarto.

Agora sim uma vida de verdade!

sábado, 28 de agosto de 2010

Enfim, adeus Vichy! Paris, ai vamos nós!

Eis a última foto dos brasileiros do Cavilam reunidos: (É mais gente do que eu pensava!)






Desde terça, dia do último post, aconteceram algumas coisas que valem a pena serem mencionadas.
Fiquei doente na quarta, pela primeira vez no ano (e espero que última). Cheguei do Cavilam à tarde, dormi e só fui acordar no meio da madrugada.
No outro dia, quinta, faltei o Cavilam, e passei o dia fazendo "nada" em casa.
Peguei muita música boa. Tenho ouvido uns jazz mais experimentais, e voltei a pegar coisa nova de música eletrônica. Recomendo bastante o cd novo do Ital, e as tracks do Manmachine!

Sexta fui à estação me despedir do pessoal que vai para Lille e depois fui ao Cavilam e assisti um filme relativamente legal (Tanguy, uma comédia trivial, mas menos apelativa que o convencional. Era a história de um filho que não queria sair de casa de jeito nenhum, e os pais já estavam loucos). É legal entender filmes em francês. Ainda não é 100%, mas já dá pra se virar. Peguei meu diploma, e tive uma agradável surpresa: Só 11 horas de falta, que são equivalentes à 3 dias. Piada, porque eu faltei muito mais do que isso, mas não vou reclamar de jeito nenhum.
Depois disso, almocei no restaurante com o pessoal, e fui tomar uma cerveja com uma parte da galera. Nunca pensei que ia fazer isso, mas compramos a cerveja natural, do jeito que estava na estante, e bebemos. Que costume ruim, não? Fiquei com tanta saudade do Brasil, que comprei duas Heinekens e coloquei no freezer quando cheguei em casa.

Ao chegar em casa, tirei um cochilo, e acordei com o pessoal me chamando para o jantar.
Quando desci, as cervejas que eu tinha comprado já estava sendo servidas no meu copo, e uma tábua de petiscos bem variada estava na mesa.
Conversamos por horas, ouvindo um cd de jazz da Mme. Chapuis. Muito bom, por sinal.
Na hora do jantar, um espetáculo. Ratatouille (que é uma sopa de legumes quase indispensável nas refeições dos franceses) e Filet ao molho de champignons.
Achei muito atencioso da parte deles servirem o vinho "Juliénas", que é meu vinho tinto favorito, entre os que eu tenho condição de comprar (kkk).
Se esse foi o penúltimo jantar, não quero nem imaginar como vai ser hoje, sábado.

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Seria muito arrogante da minha parte dizer que eu nunca mais vou voltar aqui, pois eu já aprendi na marra que o mundo dá muitas voltas, mas acho que cabe dizer que, hoje, não tenho vontade nenhuma que isso aconteça. Vou para Paris amanhã, e algo me diz que lá a vida, embora com menos regalias, vai ser mais próxima do padrão que eu gosto.

No geral, fui um cara de muita sorte, apesar de ter passado por mals momentos nesses dois meses.

A família que me recebeu é realmente fantástica. A paciência deles em nos ajudar à aprender sobre a cultura francesa (idioma, culinária, costumes, etiqueta, etc..) é incrível. Fora que a comida é maravilhosa, a casa é um espetáculo e eu tinha tudo. Piscina, roupa lavada e passada, internet sem fio muito rápida e carona com eles toda hora para todo lugar. Como nem tudo é perfeito, a única coisa da qual eu posso me queixar, é de ter abdicado de algumas saidas pela distância, e por não querer incomodá-los durante a madrugada.
Isso sem falar no chinês, o "Roy", que, apesar das divergências culturais, que não são poucas, se tornou um grande amigo. Não é o cara que eu vá chamar para "faire la fête" (farrear), mas é um cara com quem eu posso contar.

O Cavilam, apesar de ter alguns professores ruins e ter a internet mais lenta do mundo, tem também bons professores e uma estrutura excelente. Há quem reclame, mas achei o restaurante universitário fantástico. Quem me conhece sabe que eu não comia no RU da UFC nunca. Não por arrogância, ou coisa do tipo. Era o ambiente que me fazia mal.
A última professora que eu tive pela manhã, a Florence, foi sem dúvidas umas das pessoas mais antenciosas que eu já conheci. Sou muito grato à ela.

Sobre Vichy, já não tenho tantas coisas boas à dizer.
É incrível como uma cidade de vinte mil habitantes, com sessenta mil ao todo, se contarmos as regiões vizinhas (como a que eu moro), tem uma estrutura de comércio tão decente. Para compras, até que existem muitas opções. Tem até loja de instrumento musical! Quanto à isso, não dá para reclamar.
O problema vem quando chega a noite. A cidade, no geral, tem muita gente velha.
As opções da noite são o Flamingo, uma boate que, segundo relatos, é lamentável; o Tahiti Plage, que é um bar até legal, pois fica na beira do rio, mas tem um atendimento desprezível; o Lord's, que é o bar onde rola o happy hour do Cavilam na segunda e que tem os preços mais abusivos da história, sem falar no espaço, que é minúsculo; o Sporting, onde acontece a soirée do Cavilam, que é a festinha mais tosca do mundo (som de festa de aniversário, terminando 2 da manhã) e o L'Academie, que é um bar decente de verdade, mas que é MUITO caro. Enfim, se quer uma noite legal, passe longe de Vichy.
Quanto ao papo de ser uma cidadezinha pequena e segura, é uma meia verdade. Várias meninas foram abordadas durante a noite por caras no meio da rua, e eu mesmo, na volta de uma soirée, fui abordado. Não existem armas, como no Brasil, e correr (ou até enfrentar) é sempre uma opção, mas não deixa de ser inseguro. Semana passada mesmo nós fomos tirar satisfação com um cara que mexia com todas as velhas no meio da rua. Não consegui me segurar, e botei o cara para correr. Quem me conhece sabe que eu nunca fui de arrumar confusão, mas não consigo ver essas coisas parado.

Já que minha vida social não foi das mais intensas, como eu fiz sempre questão de manter, tem que existir algo de positivo, e existe. O aprendizado foi fantástico.
Quando eu cheguei, não sabia absolutamente NADA de francês. Fiz um semestre da Aliança Francesa, mas fazia muito tempo, e era sábado de manhã.
Hoje em dia, consigo conversar sobre quase qualquer assunto em francês, e já tenho um conhecimento razoável da estrutura da lingua. Falta mesmo é vocabulário, mas tenho lido bastante para melhorar isso. No momento, leio "O Conde de Monte Cristo". É realmente muito difícil, mas vai dar um "up" considerável no meu francês quando eu terminar.
Aprendi muito também sobre a cultura. Já tenho meus vinhos e queijos favoritos, me adaptei à alguns costumes franceses, sei algumas coisas sobre a revolução francesa (que não se aprendem no colégio, no Brasil) e dismistifiquei alguns boatos que correm no Brasil sobre os franceses.

Apesar de tudo, foi bom.
Fora todo o enriquecimento cutlural, fiz três viagens fantásticas, passando por três países (a primeira para Grenoble/Annecy, a segunda para Roma e a terceira para Annecy/Chamonix/Genebra), e isso foi fundamental para segurar a barra por aqui.
Vivi momentos de muita tristeza e saudade. A má relação com alguns brasileiros no começo colaborou um pouco para isso, pois senti muita falta de pegar o celular na sexta-feira e chamar meus amigos para tomar uma cerveja. No fim das contas, são águas passadas (assim espero).
Tenho saudade da minha namorada, da minha familia, dos meus amigos, do meu carro, do meu quarto, da Narcisa (e como tenho!) e de toda a minha rotina no Brasil, mas nada (NADA) do que eu aprendi aqui, eu poderia aprender lá.
Cada escolha, uma renúncia. E é pensando nisso que eu busco crescer o máximo possível aqui, independente da saudade.

Domingo, amanhã, começa uma nova fase da minha vida.
Espero que tudo aquilo pelo qual eu prezo sobreviva à essa mudança, e que toda e qualquer nova experiência venha para acrescentar, e não subtrair.

E agora vou começar com a as malas, porque já tá mais do que na hora.

Até Paris! :)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Que venha o 303!

Sobre o fim de semana, um breve resumo:

Na sexta, tive o famoso "dia rotina", e aproveitei minha falta de disposição para não sair à noite. Comecei a malhar em casa. É melhor do que ficar parado e, até hoje, segunda, tenho sido disciplinado com isso. Pelo que me disseram, não perdi tanta coisa na soirée do Cavilam.
No sábado, acordei, sai para almoçar com os brasileiros e ficamos um tempo pelo parque depois, curtindo o que há de melhor para se fazer em Vichy: fazer nada tomando cerveja na sombra, na beira do rio. À noite, fui para Clermont Ferrand, e dormi por lá. Nada demais.
No domingo, dia internacional da ressaca, fiquei em casa vendo o tempo passar. E como ele passa rápido. Fazem 2 meses que eu sai de casa!

Descobri hoje que a "Santa Egide" vai nos reembolsar de boa parte do valor que nós pagamos para as famílias que nos receberam aqui em Vichy. É meio sem sentido, tendo em vista que nós pagamos com as bolsas que eles mesmo deram, mas longe de mim reclamar disso. kkk

Descobri também que vou fazer outra prova amanhã, só que dessa vez feita pela professora da classe, para determinar a nota que nós receberemos no diploma. Sinceramente, não estou ligando muito não.

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Decidi que vou passar o natal no Brasil, com minha familia, meus amigos e minha namorada.
A programação é: Sair daqui lá pelo dia 18 de dezembro, ficar em Fortaleza até dia 27 e me mandar para o 303 Art Festival. Vai ser o evento que substituirá o Universo Paralello esse ano. (www.303artfestival.com)
Foi o que me falaram ano passado. Depois que você vai uma vez, não dá para imaginar algum reveillon diferente. É a coisa mais próxima da perfeição que eu já vivi.

Estão quase certas também duas viagens para Outubro. Uma, que dura só um fim de semana, e já é quase uma tradição entre os estudantes brasileiros que vêm para a França, é a Oktoberfest, em Munich. O evento dura 2 semanas, mas vamos pegar só o último fim de semana, no comecinho de Outubro.
A outra viagem, de uma semana, vai ser durante as mini-férias que eu tenho no fim de Outubro. Quero fazer Lille/Bruxelas/Luxemburgo/Amsterdam, mas são só planos.

A intenção é que, ao fim dos dois anos, esse blog sirva também como guia do viajante na Europa. kkk


E é isso ai. Faltam 6 dias para ir para Paris. :)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Roger Waters, Robert Plant e Axl Rose no mesmo lugar!

É verdade que as postagens se tornaram menos frequentes.
Isso se deve em parte à rotina, em parte à falta de tempo.

De sábado, dia do último e melancólico post, até aqui, nada de realmente interessante aconteceu.
Passei o resto do fim de semana (que termina no almoço de segunda, já que não tem aula pela manhã) em casa.
Segunda, terça e quarta foram dias exatamente iguais.
Acordo, vou ao Cavilam, almoço com os brasileiros, tenho outra aula, volto para casa, estudo, jogo poker na internet, falo com as pessoas no Brasil e durmo.

Hoje, quinta-feira, foi um pouco diferente. Um pouco.
Entre a aula da tarde e o poker houve uma prova, o TCF (Test de Connaissance du Français).
Estudei muito, pois pensava que um bom resultado me ajudaria a diminuir a carga horária de francês na École.
Além de ter descoberto que isso não é verdade, eu não fui tão bem assim (eu acho).

Desobri hoje que eu não FALO francês ainda. Eu me viro em francês.
Apesar de saber alguma gramática e conseguir "desenrolar" quase qualquer assunto, eu ainda tenho um vocabulário bastante restrito.

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Eu estou bem mais ansioso para me mudar para Paris do que eu estava antes de vir para a França. Motivos?

Além de Vichy ser minúscula e eu morar longe do centro (o que, por sua vez, não é uma reclamação. Eu tive MUITA sorte com a família que me recebeu), eu não suporto essa calma eterna que paira no ar.

Em uma breve consulta na internet, para saber o que iria acontecer em Paris esse mês, descobri algumas coisas:

A Techno Parade, que acontece anualmente em Paris, Zurich, e algumas outras cidades, vai ser dia 25 de setembro. Fiquei espantado, mas esperam 500 mil pessoas na rua!
Não é muito, se você pensar que a parada gay de São Paulo tem 3 milhões de adeptos e a Love Parade (que esse ano foi trágica) tem 2 milhões.

Só até o fim de Setembro, se apresentarão em Paris:

Queens of Stone Age, Blink 182, Cypress Hill, U2, Ozzy Osbourne, Guns n' Roses, Limp Biskit, Sting, Black Rebel Motorcycle Club, Indochine, entre VÁRIOS outros.
Isso sem contar com os artistas de música eletrônica, que são incontáveis, pois todos os clubs de Paris vão ter grandes atrações no dia da Techno Parade (por curiosidade, vai rolar até Dave the Drummer e Chris Liberator em um club alternativo no dia. Os caras me perseguem!).
Por mais que a banda não seja a mesma, acho que vou dar uma conferida no show do Guns, dia 13 de Setembro!

Se tiver curiosidade de conferir, um site que vende ingressos (e que só serve de referência, porque tem os preços mais absurdos da galáxia):

http://www.worldticketshop.com/cities/paris

Das datas futuras, só garanto presença no show do Robert Plant, em Outubro, do Deep Purple, em Novembro, e do Roger Waters, em Maio. É quase um sonho ver isso. Foda!

Cidade grande é outra coisa!

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Sobre o próximo fim de semana, acho que vou ficar em casa na sexta, vou à Clermont Ferrand no sábado e vou pescar no domingo.

sábado, 14 de agosto de 2010

"Mas, como nem tudo na vida são flores.."

Sobre os dias que se passaram depois da viagem, não há, de fato, muitas coisas interessantes à serem relatadas.
Comi bem, como todos os dias, senti saudade de casa, como todos os dias e fui para o Cavilam, como quase todos os dias, o que, por sua vez, tem sido insuportável.
É sábado, e eu estou em casa. No Brasil, isso seria impossível, mas estou bem por não ter que levantar cedo e assistir aula de francês.

Durante a semana, tive uma reunião com a responsável pelo curso de francês na ECP.
Sinceramente? Não trouxe muita informação nova.
Pelo que eu tenho percebido, minha compreensão oral e escrita, e até a fala, são suficientes para sobreviver. O problema é escrever!
É bem comum eu fazer uma redação pequena, de 15 linhas, revisar várias vezes, achar que vou receber elogios e descobrir que cometi mais de dez erros.

Ontem, sexta, fui na soirrée do Cavilam.
Foi até legal. Bebi qualquer coisa e conversei um bocado com os brasileiros e com os franceses que foram comigo (Toni e amigos). O legal de falar com eles é aprender o francês que não é ensinado no Cavilam. :)

Hoje, sábado, joguei poker, li besteiras na internet e vou assistir o jogo do Ceará.
É incrível, mas minha rotina tem sido tão chata, que um dia assim não causa tédio. Causa quase prazer.

Para o resto do fim de semana, nada demais.
Devo seguir minha sequência de atividades "lights", e a ansiedade de chegar em Paris deve aumentar.

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Esse comentário é mais pessoal, mas me agoniza o fato de passar tanto tempo sem produzir algo de útil. É como se eu não aproveitasse meu tempo e um dia eu fosse sentir falta dele.
Não é possível que não haja nada de novo em Vichy, exceto a lingua e a cultura.
O que eu queria mesmo era ir para o Boom Festival (www.boomfestival.org), essa semana, mas existem várias barreiras que impedem. Isso sim seria legal!
É nessas horas que meus amigos, e principalmente a Lana, fazem falta.
Eu tive uma vida toda para encontrar as pessoas que colaboram para saciar esse eterno desejo pelo novo. Aqui, eu não tenho tantas opções, nem tanto tempo.
Em uma conversa totalmente informal, acabei falando algo de brincadeira, mas que fez completo sentido posteriormente:

"A minha entropia é inversamente proporcional à do meio em que eu vivo."

Resumindo: Eu quero é caos!
Paris vem ai, e espero que essa mistura de melancolia, baixa auto-estima e pessimismo se torne passado.
Quanto à saudade de casa, é um pouco mais complicado de esquecer, mas aprende-se à conviver.

Tenho ouvido várias vezes a mesma música.
Sempre gostei dela, mas nunca tinha reparado na letra.
Retrata bem meus dias.





A ONG "Ajude o Edson e a Lana à irem para o Boom Festival" aceita doações! kkk

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Genebra



Domingo foi bem difícil acordar.
Dormi com a janela aberta no hotel em Chamonix, e acabei ficando com MUITO frio.
O trem para Genebra partia 6 horas, e nós dormimos pouco e mal.
Dormi quase o caminho todo no trem.

Ao chegar lá, ainda cansados, descemos na estação errada, e acabamos andando muito.
É engraçado, mas cruzar a fronteira entre a França e a Suiça (que não é da zona do euro) não tem nenhuma burocracia.

Chegando em Genebra, me deparei com uma cidade calma, bem maior do que as outras que eu vi no fim de semana e que sediava algum evento.
Mais tarde eu lembrei que ainda acontecia a festa da cidade.

Do meio do lago, no centro da cidade, um jato d'água de 140 metros era disparado.
Sinceramente, não é nada demais, mas não chega a ser desprezível.




Fui ao hotel e.. dormi!
O cansaço era tanto, que não lembrei nem de colocar o despertador.
Fui levantar 5 da tarde.

Almocei no Mc Donalds (o mais caro do mundo, diga-se de passagem. 12 francos, ou 9 euros, pelo Big Mac. Moral: Nunca vá no Mc Donalds na Suiça), dei uma volta pelo lago e pela festa da cidade (que consistia de vários brinquedos, stands de jogos e música, entre outas coisas), e voltei para o hotel para pegar as tequilas que compramos antes de viajar.

Bebemos um pouco, e passeamos mais. O cansaço era quase insuportável, e acabei não curtindo tanto as diversas opções que haviam ao redor do lago.
Voltei para o hotel, falei com a Lana e dormi.

No outro dia, ontem, segunda-feira, acordei, tomei café no hotel e parti para visitar a ONU.
Simplesmente fantástico.
Conheci todas aquelas salas de conferência gigantes que passei a vida vendo no jornal nacional, e aprendi muito sobre história e arte. A quantidade de obras doadas pelos países é absurda, incluindo algumas bem famosas.

Depois de lá, almocei em um mercado e esperei a hora de pegar o trem, rodando pela cidade.
Quase todos os brasileiros compraram canivetes Victorinox, chocolates, ou coisas que todos compram na Suiça, mas minha condição financeira e meu bom senso não me permitiram fazer isso.
Após uma sequência absurda de atrasos, cheguei são e salvo em casa.

A Suiça é linda e tem pessoas muito educadas, mas é MUITO caro.
Se for, prepare os bolsos.
Não sei nas outras cidades, mas tem uma quantidade absurda de brasileiros em Genebra, e muitos deles abriram stands de caipirinha, ou acarajé, pela festa de lá.

A viagem foi muito boa.
É terrível retomar a rotina amanhã.

Chamonix



Antes de começar à falar sobre essa parte da viagem, eu queria dizer: Chamonix é a cidade mais FODA que eu já fui.
No meio dos alpes, com uma estrutura extremamente aconchegante e um público extremamente selecionado, faz justiça aos 5000 turistas que sobem diariamente a "Aiguille de Midi", pico mais alto da Europa Ocidental, na estação menos movimentada de lá (o verão).



Acordei em Annecy no sábado achando que ia morrer de frio.
O trem partia às 07:00, e eu não sabia como sair do fim de mundo que era meu hotel para a estação.
Acabamos conseguindo um taxi.
Tomei café da manhã na estação, e peguei o trem.

Logo na subida das montanhas, me deparei pela primeira vez na vida com a neve que cobria os alpes.
Estavamos na fronteira entre França, Suiça e Itália. Um lugar desses não tinha como não ser espetacular.

Ao chegar na cidade, fui para o hotel, que, dessa vez, ficava bem no centro da cidade. Localização melhor impossível.

Me informei do que havia de legal para se fazer, e me disseram que um dia não bastava para conhecer as montanhas. O principal era pegar o teleférico para a "Aiguille". Mais tarde eu tomei conhecimento que era o suficiente. O lugar é simplesmente fantástico.

Encontramos todos os brasileiros na fila para reservar o bondinho, que era de quase duas horas. Tinha que valer muito a pena MESMO!
Ainda aguardamos mais duas horas para chegar nossa vez, almoçando pela cidade à fora.





Quando chegou a hora, pegamos o bondinho, que nos levou para uma altura de 3842 metros.
Lá, quase 0ºC e um sol muito forte. Era incrível ver a neve com um sol desses.
Tirei uma quantidade absurda de fotos, pois não quero esquecer nunca aquele lugar.
A vista é fantástica. O gelo cobre o pico das montanhas, e você está lá no meio.
Era possível ver isso de diversos lugares diferentes, em estruturas metálicas interligadas.
Foi a primeira vez que eu vi neve, em anos de mochila pelo mundo à fora! :)





Após tomar um bom chocolate quente lá emcima, descemos para a base da montanha, onde escalamos algumas pedras e esperamos a hora de voltar.

Simplesmente fantástico.
Tem certas coisas na vida que não tem preço.

Na volta, havia um campeonato de manobras de bicicleta na rua, com direito à show de uma banda muita boa, que tocava na versão "jazz new age" várias músicas pop, como a da pantera cor-de-rosa, ou Billie Jean. Foda!

Compramos alguns vinhos e queijos, e fomos nos arrumar nos hoteis.
Em seguida, nos encontramos e bebemos pela cidade.
Um hábito bem francês que eu tenho o prazer de adotar.


Annecy



Bem, antes de mais nada, eu gostaria de adiantar que a viagem do fim de semana foi uma das melhores da minha vida.

Na sexta, acordei e fui para a estação encontrar os outros brasileiros.
Pegamos o trem, fizemos escala em Lyon e chegamos em Annecy por volta de 13:00.
Ao chegar lá, tive o desprazer de descobrir que o meu hotel (que, junto com o Cleiton, era diferente das outras pessoas, por ter feito as reservas depois) era MUITO longe.
Em uma mistura de taxis e ônibus, fui e voltei de lá, e encontrei todos no lago de Annecy.

Não é a primeira vez que eu vou nessa cidade, mas é tão lindo, a água do lago é tão clara e as ruas são tão cinematográficas, que continua sendo fascinante.

Nos separamos em dois grupos, e alugamos uma lancha. Exatamente igual da outra vez.
Dessa vez, fazia tempo melhor, e a lancha era bem mais moderna.
Foi foda!
Aquela água gelada, com aquele sol e aquelas montanhas ao redor, não tem preço!




Saindo de lá, fomos comer um Kebab (eterna salvação dos que não querem gastar muito), e conhecemos um argelino que indicou tudo que tinha de legal para se fazer em todas as cidades pela qual iriamos passar.

Fomos para o hotel da galera (que era bem mais perto), nos arrumamos e tomamos algumas cervejas por lá e pela cidade. Nada demais.
Acabamos encontrando um bar que tinha um vinho muito bom por um preço razoável.
Aqui na França nós pagamos baratíssimo por vinhos que custam mais de R$50,00 no Brasil. O mesmo se aplica para os queijos. É ridículo.
Não é vergonhoso beber uma garrafa de vinho rosé que custa menos que 5 euros no mercado. É extremamente normal.
A mesma garrafa custa bem caro no Brasil!

Quando eu e o Cleiton resolvemos pegar um taxi para voltar, já era tarde, e foi MUITO difícil.
Esperamos algumas horas no frio, mas conseguimos.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Um pouco do Brasil na França.

Ontem, terça-feira, foi um dia lamentável.
Apesar do cansaço pela viagem, fui para a aula normalmente pela manhã.
A nova turma, que tem outros brasileiros, é muita boa. A professora é excelente e o nível dos alunos da sala é maior ou igual ao meu.

Depois do almoço, tive aula no novo atelier, que não é tão bom, mas não chega a ser muito ruim.
E eu, que pensava que seria mais um dia de rotina, não sabia que ia ter tanta raiva.
A única notícia boa do dia é que saiu a bolsa. Vai dar uma aliviada no orçamento!

O display do meu celular quebrou durante a viagem.
Aqui na França, o lance da garantia é bem menos severo do que no Brasil.
Isso me fez ter esperanças de conseguir trocar.

Já haviam me alertado que as operadores aqui (Orange, SFR, etc..) são ruins, mas eu não tinha noção do tanto.
Chegando na loja da Orange, a atendente (a mesma estúpida que não queria vender o celular por eu ser estrangeiro) disse que não adiantava reclamar na loja. Eles não resolviam NADA lá. Era necessário telefonar para o 2970, uma espécie de "Alô, Cliente!"
Nunca (eu disse NUNCA) pensei que, em um pais de primeiro mundo, eu ia encontrar algo mais sacana do que a atendente virtual da Oi.
Além de o francês ser rápido e com um sotaque estranho, e de você ter que digitar algum número do menu OITO vezes, é necessário tentar 10 vezes para conseguir falar com uma atendente.
Ontem, nós (eu e o M. Chapuis, dono da casa onde eu moro) simplesmente desistimos.
É possível falar com eles diretamente do site, mas é necessária uma senha, que eles mandam por SMS. E como olha mensagem com o display queimado? Ridiculo!

Falei um pedaço com a Lana, e dormi.

Hoje, terça-feira, já acordei chateado com isso.
Fui para a aula, tanto da manhã quanto da tarde, fui ao banco pegar meus cheques e voltei para casa.
O M. Chapuis conseguiu falar com a atendente da Orange.
A garantia não vai cobrir, e eu não tenho seguro. É barato, mas não ofereceram de forma alguma na loja. No Brasil, eu processaria fácil. Como é que faz isso sendo estrangeiro? Lamentável.
Custo total para concertar? 128,00 euros.
Se eu somar meus prejuizos dessa semana, já vai na casa dos 350,00. Foda, não é?
Nem o Detran conseguiu isso, apesar de ter tentado muito.
A tendência agora é economizar. A viagem do fim de semana vai ser a última antes de ir morar em Paris.

Falando nela, já é depois de amanhã.
Vão mais de 10 brasileiros. Acho que vai ser bom!
Chamonix fica no topo dos alpes, e tem a estação de sky mais famosa da França, além de uma "gruta de gelo" e vários restaurantes, que dizem ser muito bons.
Genebra fica na Suiça, próximo da França, e abriga a sede da ONU, entre algumas outras coisas.
Aguardo ansiosamente.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vaticano

No Domingo, acordamos por volta de 10:00, e fizemos a velha cera de quem está de ressaca e não quer andar no sol quente.
Depois de muita batalha, almoçamos em um kebab perto do hotel, pegamos o metrô e fomos para o Vaticano, já sabendo que o museu (e consequentemente a capela sistina) estariam fechados.

Ao chegar lá, nada de filas excessivas, como esperavamos.
Batemos algumas fotos da praça, e entramos na basílica.



Quem me conhece sabe que eu não sou católico. Sou agnóstico desde sempre, e é assim que vai ser até o fim dos meus dias, mas verdades sejam ditas: Aquele lugar é simplesmente incrível. Desde as construções, gigantes, até as obras de arte dentro da basílica. É uma aula de história. Você sente uma espécie de "déjà vu" toda vez que vê algo e reconhece de algum livro. É uma experiência que eu recomendo fortemente!



Depois de visitar a tumba dos papas e várias regiões da basílica, fomos ao Castelo de Santo Angelo, próximo do Vaticano.
Nada demais, eu diria. A vista lá de cima é legal, tem coisas estranhas dentro dele (como uma catapulta) e tem um restaurante/bar legal lá emcima, mas é só isso.

Passamos em uma feira, onde compramos algumas coisas, tomamos um sorvete e fomos para o hotel.

À noite, Highlander's Pub, e depois um pub próximo da estação, que não tinha letreiro!
Rolavam uns jogos legais no primeiro, como "Beer Ping Pong", e tocou "bonde do tigrão" no segundo!

Quando cheguei no hotel, só tive tempo de dormir uma hora até o recepcionista me acordar. Era hora de ir embora.
Fiz o processo inverso de dois posts atrás, mas dessa vez sem perder nenhum vôo.

Estou simplesmente destruído.

Resumo da viagem: Roma é uma cidade linda, com uma história incrível e que agrega culturas de todo lugar do mundo. O problema disso é que há violência e a cidade é suja. Nada comparado com Fortaleza, ou São Paulo, mas é bem sujo. Gastei mais do que pretendia, principalmente por ter feito aquela merda de comprar a passagem de ida errada, mas acho que, no fim das contas, valeu a pena!

E que venha a Suiça no fim de semana que vem!

Um salve ai pro moleque que entrou no vaticano com a camisa do Skipknot (foto)

Finalmente em Roma!



Antes de falar sobre Roma, eu gostaria de dar alguns conselhos para quem vai viajar de Easy Jet, Ryan Air, ou qualquer outra compania aérea de liso.

Para viajar por essas companias (que chegam a cobrar 10 euros por trajetos de 1000 km), você tem um limite de bagagem de mão. Só um item, sem limite de peso, não podendo ultrapassar o tamanho de uma caixa, que tem na sala de embarque. Para despachar algo, não sai tão barato (44 euros por mala, mas sai 22 se você fizer pela internet com uma certa antecedência). As dimensões são 25 cm x 45 cm x 56 cm.
Ao contrário do que dizem, isso NÃO é pequeno. Tomei muito cuidado com o tamanho da bolsa, pois dizem que o rigor varia muito de aeroporto para aeroporto, mas quando vi a "caixinha" que testa se a bolsa é compatível, bem como as malas das outras pessoas, comecei a rir. É enorme. Não sei para mulheres, mas uma malinha daquele tamanho é suficiente para viagens de uma semana para homens. O cuidado que as mulheres tem que ter é de colocar a bolsa, do dia-a-dia, dentro da bagagem de mão, porque conta como volume.
O avião é meio barulhento, as cadeiras são ruins e é ainda mais apertado do que o normal, mas no custo/benefício, é excepcional. Não foi meu caso, pois comprei de ultima hora por 160 euros, e ainda paguei os 233 por ter perdido o vôo.

Chegando em Roma, corri para pegar um taxi, pois meus amigos provavelmente estavam me esperando no Hotel (Ivanhoe Hostel), e eu não tinha nem notícia deles há um dia. Doce ilusão.
Ao chegar lá, descobri que os senhores Ramon Moreira Nunes e Adenilson Arcanjo de Moura Junior ainda não tinham aparecido. Que dramático, não?
Paguei minha parte da reserva, e sai para conhecer Roma sozinho. A situação era tão difícil, que eu decidi não perder mais tempo. O que será que tinha acontecido com eles? Cenas dos próximos capítulos.

Fui para o 'Colosseo', que além de ser próximo do hotel, é o simbolo da Roma Antiga, e eu sempre tive vontade de entrar lá. Fantástico.
Custa 12 euros, sem audio-guide, o que é caro para um ponto turístico, mas é simplesmente formidável. Eu não sabia, mas aquele formato meio acabado foi resultado daquele incêndio que rolou em Roma, por volta de 500 d.C.



Como eu ia ter que pagar a reserva dos meus amigos mesmo que eles não aparecessem, eu comecei a regrar muito a grana. Invés de pagar um guia turístico, me metia discretamente nos grupos de turistas que estavam acompanhados de um. Não é legal, mas era divertido.
Depois de lá, dei uma passeada pela Roma Antiga, conheci os monumentos mais próximos e voltei par almoçar perto do Hotel. Fui para uma pizzaria/kebab, daquelas bem lascadas. Me surpreendi. Que pizza fenomenal!
Nada de notícias dos meninos.

Sai novamente, só que dessa vez determinado a não voltar tão cedo.
Fui nas praças da República, da Spagna e Navona, além do Foro Maximo, do Pantheon e da Fontana de Trevi. Essa última, é um show à parte. Fantástico. Devo ter esquecido de mencionar alguns pontos turísticos, mas tenho conciência que visitei todos os lugares marcados no mapa. Andei 14 km!
Nesse meio tempo, parei pela primeira vez em uma sorveteria italiana.
Apesar da localização (no meio da Piazza Navona) e do design moderno do local, 3 bolas custavam 2 euros. Incrível. Não é à toa que eles são reconhecidos pelo "Gelatto". É simplesmente fantástico.





Resolvi então voltar para o hotel, quase 16:00, já sem esperanças de encontrar o pessoal.
Quando chego lá, a melhor notícia do dia: Eles haviam chegado.
Esperei 10 minutos por eles lá, e descobri que houve um problema com o vôo deles. Chovia em Roma na madrugada de sexta para sábado, e eles tiveram que pousar em Napoli, vindo de ônibus até lá. Zebra, não?

Cansado como eu estava, resolvemos sair só à noite, e ficamos tomando umas cervejas no hotel. 2 euros por 500 ml, e mais geladas do que em muitos bares tidos como bons no Brasil. A Itália é realmente o Brasil europeu. Roma não é uma cidade segura, é uma cidade suja, as pessoas não seguem o padrão de educação do resto da Europa e existe um certo "jeitinho italiano", comparável ao "jeitinho brasileiro" de resolver as coisas. Não quero dizer com isso que é uma cidade ruim. Pelo contrário, é fantástico!

Fomos então para a Fontana de Trevi pela noite, pois é bem bonito lá, e fomos depois para um Irish Pub próximo do hotel. Cerveja gelada duas vezes consecutivas na Europa. É quase um sonho!

Quando voltei para o hotel, dormi quase imediatamente.

Sexta-Feira em.. Lyon!




Quando acordei na sexta-feira, só deu tempo de terminar de arrumar o que tinha que ser arrumado, e me mandar para a estação, para ir para Lyon.
O vôo de Roma saia de lá, e, como eu tinha uma certa folga de horários, jurava que nada de mal podia acontecer.
Cheguei no aeroporto 4 horas antes, e fui almoçar.
Comia tranquilamente meu sanduíche, quando decidi olhar se o vôo estava atrasado, ou algo do tipo.

E então, começou meu drama.
Ao olhar 5 vezes a tela de "departing flights" e não ver o meu vôo, resolvi olhar a passagem, para pesquisar pelo código.
Tive então um ataque de riso. Comprei a passagem de ida para o dia anterior. Não tinha nem como negar a estupidez, porque só existia vôo para Roma naquele horário, pela Easy Jet, na quinta-feira.

Rodei dez vezes o aeroporto, e procurei todas formas de comprar uma passagem de ida.
O vôo da Air France, que saia quase na mesma hora, custava quase 700 euros.
Alugar carro saia 390,00, fora a gasolina e os pedágios, porque eu ia ter que devolver o carro na Itália, já que o vôo de volta já estava pago.
O trem até que era viável, pois saia barato e eram "só" 12 horas, mas estava lotado.
Os vôos saindo de Grenoble e Genebra não tinham horários bons, ou preços bons.
Me restou comprar uma passagem da Easy Jet para o sábado, pela manhã.
Paguei 233,00 euros, por ser de última hora. Resumir em uma palavra? Lamentável.

Devido à mudança drástica da minha situação econômica, resolvi que era inviável voltar para o centro de Lyon e dormir em um hotel (o aeroporto é bem afastado).
Fiz amizade com o cara do "Protect Bag", e consegui carregar meu celular lá, para ter pelo menos internet durante a noite, já que a única solução viável era dormir no aeroporto.
Eram 14:00, e eu ia ficar 17 horas no aeroporto. Nunca pensei tanto na minha vida. Me perdoe por atacar de filósofo, mas o ócio é a pior tortura para a alma.

Encontrei um stand de vendas (esse da foto), que serviu de abrigo.
Meu medo de perder o vôo era tanto, que eu acordei mais de 10 vezes durante a noite, e fui o primeiro a fazer o check in.

E então o fim de semana começou de verdade.